Tecnologia

Apple pode ser o próximo alvo da China em retaliação às tarifas de Trump

Reguladores chineses questionam corte de 30% da Apple sobre transações e bloqueio a pagamentos externos, aumentando tensão na guerra comercial com os EUA

Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 07h20.

A China pode estar se preparando para uma possível investigação antitruste contra a Apple (AAPL), focada nas taxas cobradas de desenvolvedores e nas restrições impostas à sua loja de aplicativos. A medida surge em um momento de crescente tensão entre Pequim e Washington, o que pode transformar a ação em mais um capítulo da guerra comercial entre os dois países.

O órgão regulador State Administration for Market Regulation (SAMR) vem analisando, desde 2024, as políticas da Apple, que incluem uma taxa de até 30% sobre compras dentro de aplicativos e a proibição de lojas e serviços de pagamento externos no iOS. Desde o ano passado, autoridades chinesas conversaram com executivos da Apple e desenvolvedores locais como a Tencent e a ByteDance, que há tempos contestam as regras da App Store.

Embora ainda não tenha sido formalizada, a possível investigação contra a Apple se alinha a um movimento mais amplo de Pequim contra gigantes da tecnologia dos EUA. Recentemente, empresas como Nvidia e Google também foram alvo de escrutínio na China.

Na terça-feira, 3, o SAMR anunciou uma investigação formal contra o Google por comportamento anticompetitivo, pouco depois de novas tarifas comerciais dos EUA contra a China entrarem em vigor.

Impacto no mercado e possíveis consequências

Para os reguladores chineses, as taxas cobradas pela Apple de desenvolvedores locais podem ser excessivamente altas. Além disso, a proibição de lojas e métodos de pagamento de terceiros seria prejudicial à concorrência e aos consumidores. Caso a empresa norte-americana resista a mudanças, um inquérito formal poderá ser aberto.

As ações da Apple caíram mais de 2% no pré-mercado. Segundo a Bloomberg, a empresa ainda não comentou o assunto, assim como o SAMR, que não respondeu aos pedidos de esclarecimento.

Se a investigação avançar, a Apple pode enfrentar sanções e exigências de mudanças regulatórias na China, um de seus maiores mercados.

A questão China x EUA

A China intensificou a guerra comercial com os Estados Unidos na terça ao anunciar tarifas retaliatórias contra produtos norte-americanos e abrir uma investigação antitruste contra o Google. A medida foi uma resposta direta às novas sanções impostas pelo governo dos EUA, que visam restringir o acesso chinês a tecnologias avançadas, como semicondutores.

As tarifas chinesas afetam uma série de produtos importados dos EUA, incluindo bens agrícolas, automóveis e componentes eletrônicos. Já a investigação contra o Google, conduzida pelo órgão regulador, se concentra em supostas práticas anticompetitivas da empresa no mercado chinês, especialmente relacionadas ao sistema operacional Android e à sua política de publicidade digital.

Essa nova escalada na disputa entre as duas potências acontece em um contexto de tensões tecnológicas e geopolíticas crescentes, com os EUA tentando limitar o avanço da China em setores estratégicos. Enquanto isso, Pequim reforça medidas para proteger suas empresas e reduzir a dependência de tecnologias norte-americanas.

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