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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h21.
O 7 de setembro foi comemorado pelos consumidores de tecnologia como uma data especial. Como antecipado na semana passada pela imprensa americana, Apple e Motorola lançaram um misto de celular e tocador de música que vem com o software iTunes instalado. Nos Estados Unidos, o Rokr E1 só estará disponível para clientes da Cingular, a maior operadora de telefonia móvel do país, ao preço de 249,99 dólares (no caso de contratos de serviço com duração de 24 meses).
Para a Motorola, atrás da Nokia no mercado mundial de aparelhos celulares, a cartada de marketing consiste em pegar carona no sucesso da Apple, campeã inconteste do mercado de players digitais. Em termos de capacidade de armazenamento, o Rokr, com espaço para 100 músicas, fica bem atrás de recente lançamento da Nokia, o N91, que oferece quatro gigabytes para arquivar mais de mil canções.
Mas o Rokr está sendo tão celebrado porque envolve o peso da Apple, que detém 53% do mercado de players digitais, muito à frente da Sony, que tem 9%. As vendas de iPods cresceram mais de 600% no segundo trimestre deste ano ante mesmo período de 2004. Mais de 6 milhões de aparelhos foram vendidos em apenas três meses, elevando para 21 milhões o total comercializado desde o lançamento em 2001. Pelo critério de quantidade de músicas vendidas online, a Apple já distribuiu meio bilhão de músicas e controla atualmente 85% do mercado mundial.
Ninguém nega que as perspectivas para o filão da música digital são excelentes. Mas uma pesquisa realizada em julho pelo IDC, empresa de análise de tendências em tecnologia de informação, indica que 53% dos americanos possuem CD players, enquanto apenas 6% têm tocadores de MP3 como o iPod.
3G
Por uma questão de infra-estrutura de telefonia, o Rockr não faz downloads direto da internet. É preciso carregar as músicas através de um computador pessoal, que também tenha instalado o iTunes. Durante o lançamento, ontem, Ron Garriques, presidente da divisão de aparelhos móveis da Motorola, afirmou que a empresa nem chegou a discutir com a Cingular a possibilidade de download direto de músicas.
Um serviço dessa natureza não faz sentido até que a operadora ofereça uma rede de alta velocidade (chamada 3G, no jargão da indústria) que torne possível baixar com rapidez dados, incluindo músicas. A expectativa é que a Cingular opere redes 3G no ano que vem (no Brasil, a Anatel adiou para o final de 2006 a licitação de freqüências para 3G).