Tecnologia

Apple investe US$ 10,5 bilhões em tecnologia de fabricação

Companhia investirá de robôs montadores até máquinas de desbaste para sustentar a fabricação de produtos como iPhone, iPad e Mac


	iPhone, da Apple: companhia investirá mais nas máquinas que fazem o trabalho da produção em massa de iPhones, iPads e outros dispositivos nos bastidores
 (Craig Warga/Bloomberg)

iPhone, da Apple: companhia investirá mais nas máquinas que fazem o trabalho da produção em massa de iPhones, iPads e outros dispositivos nos bastidores (Craig Warga/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 15h36.

San Francisco - A Apple Inc. investirá o recorde de US$10,5 bilhões em novas tecnologias – desde robôs montadores até máquinas de desbaste – que os consumidores nunca verão.

Para adiantar-se a rivais como a Samsung Electronics Co. e estabelecer as bases para novos produtos, a Apple investirá mais nas máquinas que fazem o trabalho da produção em massa de iPhones, iPads e outros dispositivos nos bastidores.

Isso inclui equipamento para polir o plástico colorido do novo iPhone 5c, máquinas laser e de desbaste para entalhar o corpo de alumínio do MacBook e equipamentos de testes para as lentes das câmeras de iPhones e iPads, afirmaram fontes do setor que solicitaram o anonimato, pois o processo é privado.

Os gastos, esboçados pela Apple na sua previsão de dispêndio de capital para seu ano fiscal de 2014, enfatizam como a companhia de maior valor do mundo está aprofundando seu design e inventando tecnologia para seu processo produtivo.

A Apple está fechando cada vez mais acordos exclusivos para máquinas, afirmaram as fontes, superando as outras companhias quanto aos gastos nas ferramentas que depois implanta nas fábricas de seus fornecedores, muitos dos quais estão na Ásia.

“Seus designs são tão únicos que é preciso um processo de fabricação muito único para fazê-los”, disse Muthuraman Ramasamy, analista da consultoria Frost Sullivan que estudou o uso dos aparelhos. “A Apple possui tanto caixa que o investe em máquinas de vanguarda e de primeiro nível geralmente utilizadas no ramo aeroespacial e de defesa”.

Nova urgência

O presidente Tim Cook, que ajudou a criar a vasta cadeia de fornecimento da Apple antes de suceder Steve Jobs na presidência em 2011, está voltando a investir no negócio porque o crescimento das vendas estagnou-se pela concorrência da Samsung e de outras.

Embora o design do processo de fabricação seja parte da criação de produtos da Apple há tempos, a tarefa assumiu uma urgência maior: o dispêndio de capital da companhia para o ano fiscal de 2014 excluindo o gasto em varejo elevou-se 61 por cento frente a 2013 e quase foi multiplicado por dez desde 2008.


Os US$ 10,5 bilhões previstos pela Apple no dispêndio de capital para o ano fiscal de 2014 são uma fração dos US$ 171 bilhões obtidos em vendas no ano passado, e parte do dinheiro será destinada à construção da sua nova sede em Cupertino, Califórnia.

Contudo, a Samsung, que separou cerca de US$ 22 bilhões em dispêndio de capital neste ano, é a única companhia de produtos eletrônicos para consumidores que supera a Apple em gastos, conforme dados compilados pela Bloomberg. Em comparação, a Hewlett-Packard Co. aplicou US$3,7 bilhões no ano passado e a Sony investiu US$3,95 bilhões.

Período de gestação

Os engenheiros da Apple costumam passar semanas nas fábricas na Ásia garantindo que as peças e equipamentos que eles compram ou criam estejam funcionando adequadamente, afirmaram fontes do setor. A companhia contrata especialistas em robótica e seu site oferece vários empregos a engenheiros que possam operar equipamentos de fabricação de alta qualidade.

“A maioria das companhias contrata uma empresa de design para criar uma versão de um produto e o joga nas fábricas chinesas. Então são os engenheiros chineses os que fazem o trabalho detalhado de engenharia”, afirmou Cormac Eubanks, engenheiro mecânico e diretor de desenvolvimento de produtos na companhia de design industrial Frog Design. “O que a Apple faz é difícil e consome muito tempo e dinheiro”.

A Apple não somente compra máquinas para seus fornecedores. A companhia também utiliza seu caixa de US$ 146,8 bilhões como uma espécie de banco, fornecendo financiamento para construir fábricas, afirmou Horace Dediu, ex-pesquisador da Nokia Oyj que estudou o dispêndio de capital da Apple e administra a Asymco.com.

Com os gastos, a Apple também fixa as bases para produtos novos. No mês passado, Cook afirmou que a companhia está preparando produtos novos em áreas tecnológicas onde atualmente ela não concorre.

“A Apple usa o capital como vantagem competitiva”, acrescentou Dediu.

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