Tecnologia

Apple e Meta fornecem dados de usuários a hackers por engano

Cibercriminosos fingiram ser autoridades policiais e solicitaram detalhes básicos sobre assinantes

Hackers: Desde a pandemia hackers dedicam mais tempo a bug bounty (EThamPhoto/Getty Images)

Hackers: Desde a pandemia hackers dedicam mais tempo a bug bounty (EThamPhoto/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 31 de março de 2022 às 11h10.

Última atualização em 31 de março de 2022 às 11h17.

(Por William Turton, Bloomberg)A Apple e a Meta, a controladora do Facebook, forneceram dados de clientes a hackers que se passaram por autoridades policiais, de acordo com três pessoas com conhecimento do assunto.A Apple e a Meta forneceram detalhes básicos sobre assinantes, como endereço do cliente, número de telefone e endereço IP, em meados de 2021, em resposta a “solicitações de dados de emergência” falsas.

Normalmente, esses pedidos são fornecidos apenas com um mandado de busca ou intimação assinada por juiz, segundo as pessoas. No entanto, pedidos de emergência não precisam de ordem judicial.

A Snap recebeu uma solicitação legal falsa dos mesmos hackers, mas não se sabe se a empresa forneceu dados em resposta. Também não está claro quantas vezes as empresas forneceram dados induzidas por essas solicitações.

Pesquisadores de segurança cibernética suspeitam que alguns dos hackers que enviaram as solicitações são menores localizados no Reino Unido e nos EUA.

Um dos menores é suspeito de ser o mentor por trás do grupo de hackers Lapsus$, que violou a Microsoft, Samsung e Nvidia, entre outras, disseram as pessoas.

A polícia de Londres recentemente prendeu sete pessoas ligadas a uma investigação sobre o Lapsus$. O inquérito ainda está em andamento.

Um representante da Apple encaminhou a Bloomberg News a uma seção de suas diretrizes sobre aplicação da lei.

As diretrizes mencionadas pela Apple dizem que o supervisor do governo ou agente policial que envia uma solicitação “pode ser contatado e solicitado a confirmar à Apple se o pedido de emergência foi legítimo.”

“Revisamos todas as solicitações de dados para checar a conformidade com a lei e usamos sistemas e processos avançados para validar solicitações policiais e detectar abusos”, disse o porta-voz da Meta, Andy Stone, em comunicado.

A Snap disse que tem salvaguardas para detectar solicitações fraudulentas.

Autoridades policiais em todo o mundo pedem informações sobre usuários às plataformas de mídia social rotineiramente como parte de investigações criminais.

Nos EUA, esses pedidos geralmente incluem ordem assinada por juiz. Os pedidos de emergência são para casos de perigo iminente e não precisam da aprovação de um juiz.

Acredita-se que hackers afiliados a um grupo de crimes cibernéticos conhecido como “Recursion Team” estejam por trás de algumas das solicitações fraudulentas, de acordo com as três pessoas envolvidas na investigação.

O Recursion Team não está mais ativo, mas muitos de seus membros continuam realizando hacks com nomes diferentes, inclusive como parte do Lapsus$, disseram as pessoas.

As informações obtidas pelos hackers foram usadas em campanhas de assédio, de acordo com uma das pessoas a par do inquérito.

As três pessoas disseram que as informações podem ser usadas para facilitar esquemas de fraude financeira.

--Com a colaboração de Sarah Frier.

Mantenha-se atualizado sobre as tendências da tecnologia. Assine a EXAME, por menos de R$ 0,37/dia.

Acompanhe tudo sobre:AppleFacebookHackers

Mais de Tecnologia

10 frases de Steve Jobs para inspirar sua carreira e negócios

Adeus, iPhone de botão? WhatsApp vai parar de funcionar em alguns smartphones; veja lista

Galaxy S23 FE: quanto vale a pena na Black Friday?

iPhone 13: quanto vale a pena pagar na Black Friday 2024?