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App de apuração independente recebe dados de 11 mil urnas

O aplicativo Você Fiscal foi criado para fazer uma apuração independente das eleições com a ajuda de voluntários


	Você Fiscal: "Até o momento, já recebemos cerca de 10.700 boletins de urna"
 (José Cruz/Agência Brasil)

Você Fiscal: "Até o momento, já recebemos cerca de 10.700 boletins de urna" (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 18h32.

São Paulo - O envio das relações com os votos de quase 11 mil urnas surpreendeu os criadores do app Você Fiscal. Criado para fazer uma apuração independente do resultado das eleições, o aplicativo ultrapassou a marca de 12 mil instalações na última semana.

"Até o momento, já recebemos cerca de 10.700 boletins de urna", afirmou em entrevista a EXAME.com Diego Aranha, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e idealizador do app. "Muita gente comprou a ideia", comemorou ele.

O Você Fiscal se baseia nos boletins de Urna. Esses boletins são uma espécie de extrato impresso no fim da votação com os totais de votos por candidato na urna. Por lei, os boletins devem ser expostos em local visível após o fim da votação nas sessões eleitorais.

Com as fotos dos boletins em mãos, Aranha quer checar se os números que serão divulgados em breve pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet batem com os dados fotografados e enviados pelos eleitores.

"Nossa meta básica é conferir se o que o TSE divulga é de fato o que sai da urna no fim da votação", explica Aranha. Ele lembra que só terá como checar um número pequeno de urnas, já que mais de 400 mil foram usadas ontem.

Quem tiver imagens de boletins pode enviá-las para Aranha até às 23h de hoje. O envio pode ser feito por meio do app Você Fiscal (disponível para Android) ou pelo e-mail bu@vocefiscal.org. Aranha pretende divulgar o resultado da experiência nas próximas semanas.

O professor planeja repetir o experimento no próximo dia 26, quando acontece o segundo turno das eleições.

Você Fiscal

O projeto Você Fiscal levantou mais de 65 mil reais no site de financiamento coletivo Catarse. Ele foi criado após Aranha descobrir erros no software das urnas eletrônicas em testes abertos promovidos pelo TSE em 2012.

Desde então, o TSE não realizou mais testes com as urnas. Para o professor, isso representa falta de transparência por parte do órgão.

"A logística de organização e a divulgação de resultados no mesmo dia da votação são feitos admiráveis do TSE", afirma Aranha. "Mas se houvesse mais transparência, o processo seria ainda mais confiável", diz ele.

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