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Após novo aumento de casos, ONU adverte que ebola não está controlado

Apenas na semana passada, foram registrados 124 novos casos da doença

ebola (Reuters)

ebola (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 06h15.

O enviado especial do secretário-geral da ONU para o ebola, David Nabarro, advertiu nesta quinta-feira (5) que a epidemia ainda não está sob controle, apesar da redução dos casos recentemente, uma tendência que se reverteu na semana passada com um aumento da contaminação em Libéria, Serra Leoa e Guiné, os três países mais afetados pela doença desde o início.

Já o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bruce Aylward, explicou que no recente aumento dos casos foi notado que o vírus percorreu "longas distâncias", de centenas de quilômetros, desde Monróvia e de outras regiões da Libéria e de Guiné, até áreas próximas às fronteiras com o Senegal e Mali.

"A queda na quantidade de casos deu a falsa impressão de que isto continuaria e que chegaríamos a zero, mas advertimos que isto não era o que ia ocorrer", lembrou.

Na semana passada, foram registrados 124 novos casos: 80 em Serra Leoa, 39 em Guiné e cinco na Libéria, frente aos 65, 30 e zero, respectivamente, na semana anterior.

Bruce Aylward apresentou um gráfico que mostrava uma curva em claro declive desde o pico alcançado no terceiro trimestre de 2014 - em particular em setembro, quando foram contabilizados 800 novos casos por semana -, mas no qual se observa a leve alta da semana passada.

"Não é o que queremos ver apenas dois meses antes da temporada de chuvas", disse.

O representante da OMS garantiu que o vírus do ebola mantém suas características e não apresenta mutações genéticas que dificultem as ações dirigidas a deter a epidemia.

"Não há evidência neste momento de que haja alguma mutação associada ao vírus do ebola, que tenha alguma característica que complique a resposta ou a forma como é transmitido", destacou em entrevista coletiva.

Pesquisadores do Instituto Pasteur, na França, informaram recentemente que o vírus estava mudando, o que acionou os alarmes pelo risco da mudança na forma de contágio, que se produz unicamente por contato direto com fluidos corporais.

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