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Após distúrbios, governo britânico reúne redes sociais

Autoridades negaram a intenção de bloquear os sites, mas pediram aos executivos das empresas que cooperem para evitar o uso dos serviços em crimes

Os distúrbios em Londres: manifestantes usaram as redes sociais para se comunicarem (Carl de Souza/AFP)

Os distúrbios em Londres: manifestantes usaram as redes sociais para se comunicarem (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2011 às 18h30.

Londres - O governo britânico reuniu esta quinta-feira representantes de Facebook, Twitter e Blackberry para examinar o papel das redes sociais nos violentos distúrbios que eclodiram em várias cidades da Inglaterra entre 6 e 10 de agosto.

As discussões, presididas pela ministra do Interior, Theresa May, "trataram a forma como o sistema judicial e as redes sociais podem consolidar as relações existentes (...) para evitar que as redes sociais sejam utilizadas com fins criminosos", declarou uma porta-voz do ministério.

"O governo não pediu poderes suplementares para bloquear as redes sociais", disse ao fim da reunião.

Em 11 de agosto, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, mencionou a possibilidade de restringir o uso das redes sociais. Ele anunciou que "trabalhava com a polícia, com os serviços de inteligência e com a indústria para ver se seria razoável impedir que as pessoas se comunicassem através destas páginas e serviços, quando sabemos que se preparam para cometer atos de violência, delitos ou semear a desordem".

Mas o governo parece se concentrar, agora, na forma de melhorar a vigilância das mensagens e a localização dos agitadores.

"Trabalhamos com a polícia para ver como impedir o acesso a estes serviços por clientes identificados como autores de distúrbios e delitos", explicou o ministério do Interior, antes da reunião.

Entrevistado pela AFP em San Francisco (EUA), o Facebook informou que "tomou medidas para assegurar que o Facebook é uma plataforma segura" no Reino Unido "nestes tempos difíceis" e ter se "assegurado de que qualquer ameaça de violência plausível seja retirada".

Uma porta-voz britânica da empresa canadense Research in Motion (RIM), fabricante dos 'smartphones' BlackBerry, recusou-se a comentar a reunião. Mas no começo do mês, o diretor geral de vendas da BlackBerry, Patrick Spence, se comprometeu "perante autoridades (britânicas) a ajudá-las na medida do possível", sem dar maiores detalhes.

Muitas pessoas são suspeitas de terem usado Facebook, Twitter e o serviço de mensagens instantâneas BlackBerry Messenger (BBM), que envia mensagens codificadas, para incitar à violência e coordenar ataques e saques durante os distúrbios.

Dois internautas na casa dos 20 anos foram condenados na semana passada a quatro anos de prisão por terem incitado no Facebook atos de violência que não chegaram a se concretizar.

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