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Após críticas, Mark Zuckerberg diz que Internet.org não viola neutralidade da rede

Empresas desistiram de fazer parte do serviço na Índia afirmando que o Internet.org viola a neutralidade da internet

zuckerberg (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2015 às 09h01.

Mark Zuckerberg saiu em defesa do projeto de internet gratuita do Facebook, o Internet.org, após diversas empresas indianas desistirem da iniciativa, que supostamente violaria a neutralidade da rede no país.

"Quando alguém não pode pagar por conectividade, é sempre melhor ter algum acesso do que nenhum", escreve Zuckerberg em um longo post no Facebook no qual reflete sobre o que aconteceu nos últimos dias com seu projeto.

Zuckerberg afirma que o Internet.org, que oferece acesso gratuito a alguns sites, não viola a neutralidade da rede, pois o serviço não bloqueia ou desacelera o acesso a outros sites.

Na Índia, a discussão a respeito da neutralidade da rede diz respeito ao acesso gratuito a determinados sites que não consomem os planos de dados do usuário, como acontece no Internet.org. Porém, as pessoas acabam usando muito mais os sites gratuitos do que as outras páginas, gerando o que os críticos ao Internet.org classificam como "concorrência desleal".

Zuckerberg afirma que a neutralidade da rede é compatível com a Internet.org. Mas afirma que dar a pessoas carentes a possibilidade de acessar a Wikipedia, serviços de prevenção da Aids, procurar trabalho ou simplesmente fazê-las usarem o Google é muito mais importante do que essa discussão.

O fundador do Facebook diz que a empresa não escolhe sozinha quais sites serão incluídos no projeto. A rede social trabalha com operadoras e governos locais para decidir quais aplicativos e serviços fazem mais sentido naquela determinada realidade. Por isso, alguns sites acabam ficando de fora.

"É caro demais fazer a internet inteira ser gratuita. Mas, ao oferecer alguns serviços básicos, o custo do serviço fica acessível para operadoras e gratuito para seus usuários", diz Zuckerberg, respondendo um dos comentários de seu post.

Desistências - Alguns serviços deixaram o Internet.org na Índia, alegando que se preocupam com as repercussões do projeto na neutralidade da rede do país.

Nesta semana, um dos principais parceiros do projeto na Índia desistiu de fazer parte dele. O Times Group, que publica o Times of India (maior jornal de língua inglesa do planeta), usou o argumento de defesa à neutralidade da rede para deixar de oferecer acesso a um jornal local e um site de busca de vagas de empregos.

Já a Cleartrip, uma operadora de turismo local, também deixou o Internet.org afirmando que não gostava da "ideia de grandes corporações se envolvendo na escolha de quem acessa o que e em qual velocidade".

O Facebook diz que 800 milhões de pessoas em nove países já usam o Internet.org. "Discussões sobre neutralidade da rede não devem ser usadas para impedir que as pessoas mais prejudicadas na sociedade ganhem acesso", afirma Zuckerberg no final de seu post.

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