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Lucas Agrela
Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 15h46.
Há uma pergunta que não cala para quem precisa pegar um voo: com que antecedência chegar ao aeroporto?
Quem viaja muito costuma calcular bem o trânsito, o percurso entre terminais e o tempo gasto na devolução de carro alugado, mas, nos EUA, uma grande dúvida é quanto vai demorar a triagem do órgão de segurança de transporte conhecido como TSA. Essa fila pode não andar e fazer a pessoa se atrasar para pegar o avião.
Os aeroportos acompanham de perto essas filas, mas o viajante só entende o que se passa quando já está lá.
Empresas de tecnologia, companhias aéreas e operadoras de aeroportos adotaram diversos métodos nesses 16 anos de triagem da TSA para calcular a duração das filas. Alguns incluem a contagem manual de passageiros ou obtenção de dados dos passageiros via crowdsource ou colaboração coletiva (é assim que a Autoridade de Segurança do Transporte coleta informações para o aplicativo “MyTSA”).
Outros métodos incluem câmeras que marcam os horários de entrada e saída das filas, sensores que detectam o avanço dos telefones celulares dos passageiros por vários pontos e análises preditivas que calculam o volume de passageiros em determinado aeroporto e a velocidade de processamento por funcionários da TSA em determinado horário.
Agora chega uma nova ferramenta, que usa um tipo de radar. A novidade está sendo testada em quatro aeroportos dos EUA por uma companhia de análises chamada Iinside e incorporada a um aplicativo para celulares com a parceira TripIt. Se o aplicativo funcionar, finalmente os viajantes terão a informação que faltava para desperdiçarem o mínimo de tempo possível.
A TripIt, empresa de reserva e acompanhamento de viagens pertencente à Concur Technologies, informou nesta quarta-feira que pretende incorporar os dados que a Iinside captura nos aeroportos de Austin, Orlando, Denver e Phoenix ao aplicativo móvel TripIt Pro.Três horas antes de seu voo, o usuário receberá um alerta com o prazo atual de espera e atualizações em tempo real. O mapa do aeroporto no aplicativo também mostrará a área de verificação de segurança mais próxima e onde as filas são menores.
A TripIt também vai incorporar dados de espera nas filas da TSA a informações de trânsito e status de voo para sugerir ao passageiro a hora de sair para o aeroporto, com base em sua localização por GPS. À medida que a tecnologia amadurecer, dados sobre a espera na fila de segurança vão “fazer parte dos planos de viagem”, especialmente para quem viaja a negócios ou tem pouco tempo disponível, disse Jen Moyse, gestora de produto da TripIt.
A expectativa da Iinside é instalar em mais aeroportos equipamentos que usam tecnologias baseadas em LiDAR e Bluetooth, combinando informações de trânsito e aprendizado de máquinas para ajustar os tempos de espera projetados. A empresa, que tem sede em Anaheim, na Califórnia, está de olho na maioria dos 30 maiores aeroportos dos EUA, responsáveis por quase 85 por cento do fluxo anual de passageiros de companhias aéreas comerciais no país.
A TSA também pesquisa métodos de triagem para o futuro, como scanners de impressões digitais, que serviriam como identificação e cartão de embarque. Esses testes começaram no meio do ano passado, em Atlanta e Denver.
Ainda assim, talvez seja difícil comercializar os tempos de espera nos aeroportos. O aplicativo pode ser útil para quem pagar por dele, mas os aeroportos seriam os clientes mais interessados nesses dados e costumam ter orçamento apertado. Além disso, o programa PreCheck, que registra crescimento consistente no número de adesões, geralmente oferece tempo de espera menor do que a triagem geral, especialmente em horários de pico. Assim, o benefício da transparência nos prazos de espera pode ser visto como concorrência.