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Aparelho de realidade aumentada de US$ 11.000 ganha investidores

A Varjo Technologies, com sede em Helsinque, anunciou que levantou US$ 31 milhões em uma rodada de financiamento liderada pela Atomico

 (Varjo/Reprodução)

(Varjo/Reprodução)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 8 de outubro de 2018 às 15h05.

A maioria dos headsets de realidade virtual voltados aos consumidores está se tornando mais barata. Mas uma startup finlandesa está conquistando os investidores indo na direção contrária. A Varjo Technologies, com sede em Helsinque, anunciou que levantou US$ 31 milhões em uma rodada de financiamento liderada pela Atomico. Entre os demais investidores da empresa estão a EQT Ventures e a Lifeline Ventures, um fundo de capital de risco de Helsinque que tem entre seus conselheiros Ilkka Paananen, cofundador e CEO da sensação finlandesa dos jogos de videogame, a Supercell.

A Varjo -- fundada por ex-funcionários da Nokia e da Microsoft -- está desenvolvendo um headset de realidade aumentada com uma resolução de imagem significativamente superior à produzida pelas concorrentes que custará 5.000 euros (US$ 5.768) a 10.000 euros.

O Facebook lançou o Oculus Go, um headset de US$ 199 que funciona sem ser conectado a computadores, no início de 2018. A empresa também reduziu o preço de seu headset de alto padrão Oculus Rift e controles em US$ 100, para US$ 399, e os headsets Vive VR, da HTC, também são vendidos no varejo por algumas centenas de dólares.

Mas a Varjo não está voltando seu produto, atualmente no estágio de protótipo, para o mercado de massa. Ele é pensado para a indústria automotiva, para a arquitetura e para as Forças Armadas, e não para o consumidor. A BMW e a Força Aérea dos EUA, por exemplo, fecharam acordo para testar o equipamento.

“Como são voltados a corporações, esses headsets não são tão sensíveis ao preço quanto os headsets voltados aos consumidores”, disse Niklas Zennstrom, o bilionário sueco cofundador do Skype e CEO da Atomico.

Outras empresas também viram a oportunidade. A Bloomberg noticiou em setembro que a Magic Leap está pressionando pelo fechamento de um contrato com o Exército dos EUA para a produção de aparelhos de realidade aumentada para os soldados usarem em missões de combate. O principal concorrente do Magic Leap é o HoloLens, da Microsoft, e funcionários de ambas as empresas participaram de uma reunião com o Exército, em agosto, como possíveis ofertantes de um contrato do governo que poderia levar as Forças Armadas a comprar mais de 100.000 headsets.

Em 2016, o Departamento de Sistemas C2 do Exército israelense comprou dois óculos HoloLens para ajudar a melhorar a estratégia de campo de batalha e treinar pessoal de campo.

A Varjo foi fundada por engenheiros que trabalharam em uma versão inicial do HoloLens. Eles ingressaram na Microsoft vindos da divisão de headsets da Nokia quando a fabricante de softwares a adquiriu. Quando a Microsoft fechou a divisão de pesquisa em Helsinque, posteriormente, os engenheiros decidiram criar sua própria empresa.

Diferentemente de muitos óculos de realidade aumentada, que têm lentes transparentes, os óculos do Varjo são completamente opacos e mais similares aos headsets de realidade virtual de empresas como HTC e Oculus. O headset é equipado com câmeras de resolução ultraelevada para capturar o mundo exterior e os óculos também rastreiam os movimentos dos olhos do usuário. Isso permite que o headset produza imagens -- do mundo real e de objetos virtuais -- no centro do campo de visão do usuário, imitando a forma em que o olho humano naturalmente processa a luz.

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