Os Sheep (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.
São Paulo - Quem é fã de animação já sabe que agosto é mês de o Anima Mundi trazer o melhor da produção nacional e internacional para as telas de Rio e São Paulo. O segundo maior festival do gênero do mundo, começa na sexta, 2, na capital carioca, e chega à paulista no dia 14.
Entre os mais de 1.500 inscritos e 500 selecionados para compor as diversas mostras do evento, falar de um ponto comum que una, seja em questão de linguagem seja temática, todas as obras é praticamente impossível. Afinal, uma das maiores características do mercado de animação mundial é que a cada momento surge uma nova técnica, uma nova forma de se contar histórias animadas.
Mas Cesar Coelho, um dos diretores do Anima Mundi, aponta a crise de identidade como questão comum a filmes que chegam tanto da Coreia quanto do Canadá, da França e do Brasil. Observamos em longas e curtas de vários países. Há uma crise. E as pessoas querem se expressar. A animação serve de forma de expressão individual, comenta Coelho.
Hoje, com a tecnologia, é mais fácil produzir animação. Com um bom computador, é possível fazer um filme em casa. Tendo paciência e talento, consegue-se fazer boas coisas, comenta. E percebi muita coisa neste tom. De gente que quis dizer quero falar de um problema da minha vida particular, da minha família, de uma questão política da minha cidade.
Quanto à produção nacional, vale destacar a fase de amadurecimento do setor. Além de contar com a exibição fora de competição de Uma História de Amor e Fúria, de Luiz Bolognesi, que venceu o festival de Annecy (na França, o Cannes da animação), o festival recebe, no Anima Forum, três diretores brasileiros que finalizam seus longas: Paolo Conti, que apresenta Minhocas, O Filme; Otto Guerra, com Até que a Esbórnia nos Separe; e Alê Abreu, de O Menino e O Mundo. Falam do processo de trabalho e são atração forte do fórum, que ocorre semana que vem no Rio, comenta Coelho.
Ainda na lista dos nacionais, Luz, Anima, Ação!, de Eduardo Calvet, é o segundo longa a ser exibido hors concours. Um passeio pela história do cinema animado no Brasil, o filme vem em boa hora, quando o País avança em políticas públicas de incentivo à produção nacional, principalmente para a TV. Avançamos muito. Há alguns anos, era impensável um cenário em que há tantos longas em finalização, séries de TV, feitas em coprodução com o exterior, analisa o diretor, que pondera que o Brasil ainda tem muito a percorrer.
ANIMA MUNDI - De 2 a 11/8, Fundição Progresso e Oi Futuro, Rio de Janeiro. De 14 a 18/8, Espaço Itaú de Cinema e Cine Olido. www.animamundi.com.br
fonte: Agência Estado