Vasconcellos informou que há falta de leitos hospitalares em Angra dos Reis para atender os doentes de dengue. A taxa de ocupação supera 100% (Fábio Rodrigues/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2013 às 19h40.
Rio de Janeiro – O aumento dos casos graves de dengue em Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, levou a prefeitura do município a lançar, a partir de amanhã (9), uma campanha de doação de sangue.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, o número de notificações em Angra dos Reis subiu de 1.916 para 2.383 casos em apenas uma semana.
“Vamos fazer uma campanha de doação de sangue no município porque nós estamos com um número de casos em terapia intensiva grande, requerendo, inclusive, concentrados de plaqueta. E a gente vai fazer uma intensificação das ações de coleta de sangue na região, para podermos ter um suporte maior para esses pacientes mais graves”, disse hoje (8) à Agência Brasil o secretário Carlos Vasconcellos.
Com apoio da Secretaria Estadual de Saúde, foram instalados dois centros de hidratação que se somam a mais cinco implantados com recursos do município. “E temos mantido as ações de controle de focos e dos vetores aéreos”, ressaltou Vasconcellos.
Segundo o secretário, é a quinta epidemia de dengue que Angra dos Reis enfrenta ao longo de sua história. Até a semana passada, o município tinha registrados 4.673 casos, dos quais 974 foram comprovados por laboratório.
“Isso equivale a uma incidência de 2.383 casos por 100 mil habitantes. Ou seja, até agora, 2,4% da população em cada 100 habitantes foram notificados com a doença”, destacou.
A secretaria identificou que a região do município no limite com Paraty é a que apresenta o maior número de casos de dengue, ao contrário do que ocorreu nas epidemias anteriores.
A explicação para o aumento, de acordo com o órgão, é a presença, nos últimos dois anos, de ferros-velhos e de reciclagem de materiais instalados irregularmente no local. “Com isso, a área concentrou diversos possíveis depósitos que podem gerar criadores para o Aedes aegypti originário de outras regiões. Era uma área que não tinha o mosquito transmissor”.
Em mais de 15 casos foi feito o isolamento viral, porque a atual epidemia é pelo sorotipo 4 do vírus da dengue, que não havia ainda gerado nenhuma epidemia na região. "Com isso, todos os habitantes em geral são suscetíveis, isto é, têm a possibilidade de contrair a doença, daí o alto número de casos", com a doença em curva ascendente, declarou Carlos Vasconcellos.
As quatro epidemias anteriores duraram em torno de 12 semanas cada. O secretário de Saúde acredita que no atual quadro de epidemia, que está na nona semana, ainda haverá um número grande de casos este mês de abril. Os mutirões de limpeza nos bairros continuam. “Mas a nossa preocupação maior agora é com os casos graves”, disse.
Vasconcellos informou que há falta de leitos hospitalares em Angra dos Reis para atender os doentes de dengue. A taxa de ocupação supera 100%. “Tem pessoas que vão para o pronto-socorro por causa do aumento da demanda”, declarou.