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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h29.
As concessionárias de telefonia, assim como a própria Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), defendem que o IGP-DI continue sendo o indexador das tarifas telefônicas.
O presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura, disse que em 1998, quando foi feita a privatização, o IGP-DI foi escolhido como índice referência para os reajustes porque ele foi considerado o índice de inflação que melhor reflete os custos das operadoras, já que o Índice de Preços no Atacado (IPA) tem um peso de 60% no IGP-DI.
"Por outro lado, o IPA reflete quase que 100% o desempenho do dólar. Por isso o aumento foi tão elevado desde 1999", explica.
Em janeiro daquele ano houve a primeira grane desvalorização do Real. Nos últimos 12 meses, até outubro, o IGP-DI acumula alta de 17,40%, enquanto o IPCA (índice de inflação oficial do governo), no mesmo período, está em 8,45%.
Segundo Schymura, se na revisão dos contratos das teles o IGP-DI for trocado por algum índice mais focado no varejo, como o IPCA, há o risco de o consumidor ser prejudicado. "No longo prazo, esses índices costumam se igualar. A tendência é que agora o dólar se estabilize e que o IPC passe a superar o IGP", disse.
O vice-presidente da Telefônica, Eduardo Navarro, compartilha da mesma opinião. "Se o índice for alterado agora, há o risco de que a tarifa suba ainda mais", afirmou.
Ercio Zilli, diretor de assuntos regulatórios da Telemar, criticou qualquer pretensão de se tentar segurar a inflação por meio do controle das tarifas públicas. "Já vimos esse filme antes. Ele só gera desinvestimento", afirmou, ressaltando que, no caso dos contratos indexados, como nas telecomunicações, o reajuste só é aplicado depois de a inflação já ter ocorrido.
Apesar de o consumidor residencial não ter poder de negociar os aumentos aplicados na tarifa telefônica, quem pode está brigando por políticas de preços mais convenientes. É o que tem feito as grandes empresas. "Fomos negociar com um cliente e, além de não conseguirmos repassar o IGP-DI, saímos de lá depois de oferecer um desconto de 30%", diz Célio Bozola, presidente da Impsat.