internet (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 10h11.
Um homem foi preso na Califórnia nesta terça-feira (10) pela acusação de dirigir um site na Internet de "vingança pornô", no qual eram postadas fotos de mulheres nuas por ex-namorados rejeitados ou furiosos, disseram autoridades.
A prisão realiza na cidade de San Diego, a mais recente iniciativa do Estado para coibir esse tipo de sites, ocorreu depois que o governador da Califórnia, Jerry Brown, assinou uma lei em outubro, a primeira do tipo no país, tendo como objetivo específico combater a vingança pornô.
A lei define vingança pornô a postagem de fotos particulares, explícitas, de outras pessoas na Internet para humilhá-las.
Mas as autoridades não indiciaram Kevin Bollaert, de 27 anos, com base na lei, porque ela tem como alvo as pessoas que postam as fotos incriminatórias e não quem dirige sites onde são mostradas, disse o porta-voz do gabinete do Procurador-Geral estadual, Nicholas Pacilio.
O site de Bollaert, que não está mais em operação, havia mostrado 10.000 fotos de sexo explícito e ele cobrava até 350 dólares de cada mulher para removê-las, segundo autoridades.
Pacillo disse que o site não era o maior de vingança pornô, mas tinha fotos de pessoas de todo o país.
Bollaert foi indiciado com base em uma lei californiana de furto de identidade, que proíbe o uso de dados de identificação de uma pessoa sem a permissão dela, e também com base na lei contra a extorsão, de acordo com documentos da Justiça.
Ao contrário de muitos outros sites de vingança pornô, o de Bollaert pedia aos usuários que pusessem o nome inteiro da pessoa na foto, localização, idade e um link para o perfil da pessoa no Facebook, disse o gabinete da Procuradoria-Geral em um comunicado.
A procuradora-geral da Califórnia, Kamala Harris, disse em um comunicado que o site havia transformado em uma "commodity" a humilhação pública e a traição de pessoas cujas fotos eram postadas.
No total, Bollaert enfrenta 31 acusações de conspiração, furto de identidade e extorsão, e pode pegar até 22 anos de prisão caso condenado por todos os delitos.
Um documento sobre a ordem de prisão diz que quando os investigadores da Califórnia visitaram Bollaert em setembro, ele lhes contou ter removido a página da Internet e que, embora tivesse sido divertido no começo dirigir o site, ele agora se arrependia.
"Eu me sinto mal sobre a coisa toda e não quero mais fazer isso. Quero dizer, sei que um monte de gente está se ferrando... Assim, as vidas delas estão sendo arruinadas", disse Bollaert, segundo o depoimento registrado.
Ele também declarou aos investigadores que recebia 100 e-mails diariamente de pessoas pedindo que as fotos fossem removidas.