Tecnologia

Amazon quer regular área exclusiva para drones

A empresa de varejo propôs em uma conferência da Nasa que uma área acima de 60 metros do solo seja utilizada apenas pelos dispositivos voadores


	Drone da Amazon: a empresa quer que dispositivos voadores de entrega tenham uma zona áerea própria para circularem
 (Amazon)

Drone da Amazon: a empresa quer que dispositivos voadores de entrega tenham uma zona áerea própria para circularem (Amazon)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2015 às 14h12.

São Paulo – A Amazon quer dominar os céus. A empresa sugeriu que uma parte intocada do espaço aéreo seja reservada para drones voarem livremente, sem quase nenhuma interferência humana.

O plano da Amazon foi revelado durante a convenção UTM da Nasa, na Califórnia (EUA). Ela propôs que uma área que fica entre 60 e 120 metros do chão seja designada para drones. Eles seriam equipados com sistemas de comunicação sofisticados e voariam em velocidades de até 110 km/h.

Além disso, a Amazon também disse que outra área do espaço aéreo deve ser resguardada. Uma zona de exclusão aérea localizada entre 120 e 150 metros do solo atuaria como uma divisão entre os aviões convencionais e os drones. A chamada “No Fly Zone” (Zona sem voo em inglês), só poderia ser utilizada em casos de emergência.

“A nossa forma de garantir a maior segurança é exigindo que, conforme o aumento no nível de complexidade do espaço aéreo, o mesmo aconteça com o nível de sofisticação do veículo”, disse Gur Kimchi, vice-presidente da Amazon, no evento.

Kimchi ainda adicionou que a proposta da Amazon é de tornar o espaço aéreo colaborativo. “Os veículos devem ser capazes de falar uns com os outros e de evitar uns aos outros, já que o espaço aéreo está cada vez mais denso em baixas altitudes”, finaliza.

Drones ainda mais sofisticados

Ainda neste ano, a gigante do varejo começou a entregar seus pacotes em 30 minutos com a ajuda de drones. Ela prevê que nos próximos 10 anos centenas desses dispositivos voadores voltados para entregas estejam sobrevoando os céus. Além disso, para a Amazon, grande parte desses drones funcionará com seu próprio controle automatizado.

Por isso, em um novo documento, a companhia estabeleceu a arquitetura de um novo espaço aéreo para drones. Para realizar esse plano com segurança, a Amazon definiu cinco características que os drones devem cumprir para que possam ser autorizados a voar dentro da nova zona a 60 metros do solo.

A primeira é ter um sistema de GPS sofisticado. Ele permitiria identificar a localização em tempo real e em relação a todos os outros drones por perto. A segunda está relacionada a uma conexão de internet confiável para manter os dados de GPS em tempo real.

As outras capacidades que o drone precisaria ter são: planejamento de voo online, conjunto de equipamentos de comunicação e sensor de última geração para evitar choques com pássaros, edifícios e cabos elétricos.

Barreiras a serem ultrapassadas

A ideia da Amazon pode ser interessante para melhorar o sistema de entregas e ainda trazer mais segurança no espaço aéreo. No entanto, a empresa terá que ultrapassar algumas barreiras para atingir o que deseja.

Primeiramente, ela terá que solucionar o problema relacionado à privacidade. Ativistas em todo mundo, especialmente nos EUA, preocupam-se com o impacto dos drones na liberdade de cada pessoa. Essa dúvida existe, pois esses dispositivos voadores, geralmente, gravam imagens e informações enquanto estão sobrevoando as cidades.

Além disso, outra parte que pode estar interessada na história são as pessoas que possuem drones de forma amadora. Atualmente, a legislação do Brasil e dos Estados Unidos não permite que tais gadgets atinjam altura superior a 120 metros. No entanto, ainda não existe uma regulamentação única para o espaço aéreo mundial.

Agora é esperar para ver se a Amazon irá conseguir convencer essas pessoas e o governo de que o projeto pode dar certo. Caso ela vença esta empreitada, nós logo veremos milhares de drones sobrevoando os céus como nos filmes de ficção científica. 

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