Anúncio da Amazon no Twitter: ele mostra o que pode ser o smartphone da marca (Reprodução/Twitter/Amazon)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2014 às 15h35.
São Francisco - A Amazon.com Inc. planeja lançar um smartphone no final deste mês, segundo uma fonte com conhecimento do assunto, em um mergulho mais fundo da maior rede varejista on-line do mundo no competitivo mercado de dispositivos móveis.
A Amazon tuitou ontem que realizaria um evento em Seattle em 18 de junho, com apresentação do CEO Jeff Bezos, para o lançamento de um produto. O tuíte inclui uma imagem de um aparelho fino, preto, com o nome da Amazon estampado em prateado.
Mary Osako, porta-voz da Amazon, não retornou uma ligação em busca de comentário.
Um smartphone da Amazon aumentaria sua rivalidade com a Apple, que fabrica o iPhone.
As companhias estão cada vez mais disputando cabeça com cabeça em relação a aparelhos como tablets e a serviços web como entretenimento on-line, enquanto se esforçam para serem portais digitais para os consumidores.
O segmento mobile é central para esse esforço, pois mais pessoas levam aparelhos consigo e fazem uso deles em trânsito.
“Essa é uma jogada da Amazon para conseguir uma participação na categoria de dispositivo mais onipresente que existe”, disse Jan Dawson, analista da indústria de tecnologia que administra a empresa de pesquisa e assessoria Jackdaw.
A Amazon anunciou o evento de 18 de junho com uma nota para clientes, desenvolvedores e imprensa pedirem um convite para participar.
Um vídeo que acompanha o tuíte mostrou pessoas movendo a cabeça de um lado para o outro para ver um aparelho que está fora da vista, filmado de diferentes ângulos, o que denota que o telefone pode ter capacidade de visualização 3D, um recurso reportado anteriormente pelo Wall Street Journal.
Diversificando a Amazon
Em 2012 a Bloomberg News informou que a Amazon estava desenvolvendo um smartphone que rodaria o sistema operacional Android, da Google Inc.
A Foxconn International Holdings Ltd. estava trabalhando com a Amazon no aparelho, disseram na época fontes com conhecimento do assunto.
A Amazon está entrando em um mercado de smartphones que cresceu 21 por cento no ano passado, para US$ 338,3 bilhões, segundo a empresa de pesquisas IDC.
O mercado medido por vendas no primeiro trimestre foi dominado pela Samsung Electronics Co., que tem uma participação de 31 por cento, e pela Apple, com 15 por cento.
Um smartphone daria à Amazon um leque mais amplo de hardwares para reforçar sua diversificação além dos livros digitais, músicas e filmes. A linha de aparelhos da companhia já inclui o e-reader Kindle e os tablets Kindle Fire.
Em abril, a Amazon lançou uma TV box de US$ 99 que possibilita assistir a shows e filmes disponibilizados digitalmente, chamada Fire TV.
Lucro depois
A empresa, com margens de lucro finas como navalha que provocam arrepios entre os investidores, tem se mostrado disposta a perder dinheiro no segmento de hardware com a meta de lucrar depois com a venda de conteúdo de entretenimento, como vídeos e músicas, ou compras na loja on-line da Amazon.
“A jogada da Amazon aqui não é ganhar uma tonelada de dinheiro com a venda de smartphones, é fazer as pessoas gastarem mais dinheiro com a Amazon como um todo”, disse Dawson.
Bezos vem despejando dinheiro em novas iniciativas. As despesas da Amazon no primeiro trimestre subiram 23 por cento, a mesma taxa do crescimento da receita.
Com a previsão de que os investimentos continuarão no futuro próximo, a companhia prevê uma perda operacional para o trimestre atual de US$ 55 milhões a US$ 455 milhões. Um smartphone ilustraria quão longe a Amazon saiu de suas raízes de vendedora de livros on-line.
Enquanto prepara o novo aparelho, a empresa está envolvida em uma discussão pública com uma das maiores editoras do mundo, a Hachette Book Group.
A Amazon bloqueou a venda de alguns títulos como parte da disputa durante negociações entre as duas empresas.
As ações da Amazon caíram menos de 1 por cento e fecharam a US$ 306,78 ontem. Os papéis baixaram 23 por cento neste ano, contra um aumento de 4,3 por cento do índice Standard Poor’s 500.