Tecnologia

Amazon recebe multa recorde de US$ 887 milhões da União Europeia

Valor representa 0,2% da receita total da companhia, avaliada em 386 bilhões de dólares; motivo é violação das regras da LGPD local

Andy Jassy, CEO da Amazon (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Andy Jassy, CEO da Amazon (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 30 de julho de 2021 às 15h49.

Última atualização em 30 de julho de 2021 às 16h34.

Eis o primeiro desafio de Andy Jassy. O gigante do e-commerce Amazon foi multado em 887 milhões de dólares pela União Europeia por quebrar as regras da GDPR, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) do bloco.

A multa de cerca de 4,5 bilhões de reais foi revelada pela empresa nesta sexta-feira, 30, através de um registro financeiro, mas só foi aplicada há duas semanas pela Comissão Nacional de Proteção de Dados de Luxemburgo (CNPD), país onde fica a sede da empresa.

O valor é o mais alto da história da UE para sanções do tipo desde 2019, quando o Google foi multado em 50 milhões de euros. Na época, o valor era de aproximadamente 210 milhões de reais.

A multa representa por volta de 4,2% do lucro líquido da Amazon em 2020, que foi de 21,3 bilhões de dólares, e 0,2% da receita total da companhia, avaliada em cerca de 386 bilhões de dólares.

A UE permite que órgãos reguladores apliquem multas de até 4% do valor de faturamento anual de uma empresa.

No Brasil, a LGPD prevê advertências, bloqueios e multas diárias que podem chegar a 2% do faturamento líquido, em um teto de até 50 milhões de reais. As sanções e multas, inclusive, começam a valer a partir de domingo, 1° de agosto.

A CNPD afirma que a Amazon não está processando os dados pessoais dos clientes de acordo com a GDPR. Como no Brasil, a lei de privacidade local demanda que empresas busquem o consentimento de usuários sobre o uso de seus dados.

O órgão regulador exigiu que a companhia revise práticas comerciais, mas não foram reveladas quais.

Em nota à agência Bloomberg, a empresa fundada por Jeff Bezos afirmou que não houve violação de dados e que "nenhuma informação de clientes foi exposta a terceiros". "Esses fatos são indiscutíveis. Discordamos fortemente da decisão da CNPD", disse.

A Amazon disse que planeja recorrer da decisão.

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