Alexa: sistema é assistente pessoal de aparelhos da Amazon (Elijah Nouvelage/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de julho de 2019 às 18h18.
Última atualização em 11 de julho de 2019 às 18h23.
A Amazon confirmou os temores de especialistas de segurança e ativistas por privacidade no mundo digital: a companhia mantém áudios e transcrições de tudo o que seus clientes conversam com sua assistente de voz, Alexa. O conteúdo só é deletado se o usuário ativamente pedir por isso no app da Alexa ou no hub de privacidade da ferramenta - caso contrário, o conteúdo permanece indefinidamente nos servidores da companhia.
A confirmação está numa carta enviada em 28 de junho pela companhia ao senador americano Chris Coons, que em maio pediu explicações sobre o funcionamento da assistente. Além disso, parte das interações entre o usuário e a Alexa nunca são deletados.
Segundo a carta, a empresa também mantém cópias das ações tomadas pela assistente após escutar os pedidos dos usuários - por exemplo, se alguém pede um Uber, o áudio do pedido pode ser apagado, mas a ação da Alexa para acionar o app de carros continua registrada.
Essas ações não podem e não são apagadas. Além disso, a companhia afirma que desenvolvedores independentes que utilizam a Alexa podem manter cópias dos áudios - a Amazon afirma que isso é necessário para que outros aplicativos utilizem a ferramenta.
As informações guardadas nos servidores sempre ficam associadas ao usuário, nunca são anonimizadas, pois, segundo a Amazon, isso é necessário para que a pessoa consiga acessar os próprios dados.
A resposta não agradou ao senador. Em um comunicado, ele disse que a Amazon deixa aberta a possibilidade de que as transcrições não são deletadas dos servidores, mesmo depois que um usuário tenha deletado o registro de própria voz.
"O que é pior: ainda não está clara a extensão de como isso é compartilhado com terceiros e como essas partes usam e controlam a informação", diz parte do comunicado.
A Alexa sempre foi alvo de preocupação entre ativistas e usuários pelo trato de dados e informações. No último mês de abril, a Bloomberg revelou que funcionários da Amazon ouviam os áudios dos usuários.