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Amanda Hocking é o Paulo Coelho da internet

Amanda Hocking vende milhões de livros sobre magia e eles só são publicados na internet

Em nove meses, os e-books de Amanda Hocking foram baixados mais de 1 milhão de vezes em sites como a loja Amazon e a App Store, da Apple (Reprodução)

Em nove meses, os e-books de Amanda Hocking foram baixados mais de 1 milhão de vezes em sites como a loja Amazon e a App Store, da Apple (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2011 às 10h36.

São Paulo -- Durante nove anos, a americana Amanda Hocking repetiu a rotina dos escritores em busca de uma oportunidade. Entre um livro e outro, agendava reuniões para mostrar seu trabalho aos executivos das editoras. Após receber várias respostas negativas, mudou de tática: aprendeu a publicar seus títulos no formato eletrônico. Deu certo.

Nove meses depois de disponibilizar seu primeiro livro na internet, os e-books de Amanda foram baixados mais de 1 milhão de vezes em sites como a loja Amazon e App Store, da Apple. Aos 26 anos, a escritora tem sete títulos na lista dos 150 mais vendidos do jornal USA Today e acaba de fechar um contrato de 2 milhões de dólares com a editora St. Martin’s Press. “Resolvi publicar meus livros sozinha porque não tinha nada a perder”, disse Amanda à INFO.

Alguns fatores explicam o sucesso. O primeiro é o tema dos livros, que segue a linha magia-mistério-exoterismo, onde transitam autores de sucesso como o brasileiro Paulo Coelho. O segundo é o preço dos livros. Os mais baratos, como My Blood Approves (Meu Sangue Aprova), podem ser baixados por apenas 0,99 dólar.

Outro fator importante é o mercado nos Estados Unidos. Com 810 mil títulos disponíveis, a Amazon tem 115 e-books baixados para cada 100 livros vendidos. Estudo da associação de editoras americanas mostra que, até o final deste ano, esse mercado pode chegar a 440 milhões de dólares. No mundo, calcula-se que movimentará 3 bilhões de dólares até 2015.

Amanda decidiu tentar a sorte com livros eletrônicos há um ano, depois de ler sobre o sucesso de alguns escritores que vendiam milhares de cópias de seus trabalhos na internet. Na época, tinha 12 livros escritos e chegou à conclusão de que, no pior dos cenários, ninguém os leria — o que, na prática, já acontecia. A americana recorreu, então, às dicas de outro escritor, Joe Konrath, cujos livros contavam milhares de downloads.

A ligação de Amanda com a literatura começou cedo, antes de aprender a ler e escrever. “Minha mãe dizia que conto histórias desde os três anos de idade”, afirma. Para aperfeiçoar o texto, fez cursos de redação e, na faculdade, era figurinha carimbada nas aulas de inglês. O problema é que a realidade atrapalhava os planos de seguir carreira como escritora. Sem sucesso com as editoras e com contas para pagar, deixou a faculdade e foi lavar pratos em restaurantes. Para aumentar a renda, aceitou um emprego numa instituição que cuidava de deficientes físicos. Os livros foram escritos nas horas de folga.

Foi assim até agosto do ano passado, quando conseguiu se sustentar pela primeira vez com a venda dos e-books. Depois de realizar o sonho de ser escritora, Amanda tem objetivos bem mais reais: está decorando a casa própria que acabou de comprar em Austin, no Texas, sua cidade natal.

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