Tecnologia

Alunos da Singularity University discutem cidades de 2030

A INFO publicará toda semana as experiências do brasileiro Breno Soares, 23 anos, na Singularity University, nos Estados Unidos, instituição em que é bolsista

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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2014 às 11h45.

A INFO publicará toda semana as experiências do brasileiro Breno Soares, 23 anos, na Singularity University, nos Estados Unidos, instituição em que é bolsista. Assis venceu o Call to Innovation – concurso promovido pela FIAP – com uma plataforma unificada que integra sistemas operacionais da SPTrans, EMTU, CPTM, Metrô e Via Quatro, permitindo que o usuário tenha informações sobre chegadas e partidas, tempo de espera, condições da viagem e deslocamento.

Três semanas singulares
Após três semanas, finalmente começo a me acostumar com a rotina daqui da SU. Em tão pouco tempo passamos por tantas experiências: introduções das trilhas, desafios globais, dinâmicas de grupo, além de workshops.

Já na última semana mergulhamos mais a fundo no mundo das tecnologias, suas possibilidades, limitações conhecidas e seu futuro, ampliando nossa percepção sobre o que pode ser feito para atingir a meta de impacto positivo em um bilhão de pessoas. Por isso, quero destacar alguns momentos especiais.

Urbanização e Política
Mat Burrows, ex-agente da CIA e membro do National Intelligence Council, nos apresentou seu estudo GLOBAL TRENDS 2030 – Alternative Worlds, o qual aborda possíveis cenários para o mundo no ano de 2030

Um dos principais destaques do relatório é a urbanização em massa vivida pela humanidade, e não é nada difícil imaginar o motivo. Atualmente, 50% da população global vive nas cidades e a expectativa de crescimento é que esse número chegue a 70% em 2030. Por isso, esse cenário é visto por muitos (e também por mim) como um desafio global durante as próximas décadas.

Ainda sobre este tema, também vimos a apresentação de Banning Garrett, que é consultor e atuou durante muitos anos com o objetivo de romper as barreiras entre a inovação tecnológica e o entendimento do governo.

De acordo com Garrett, para que os estados sejam bem sucedidos, precisamos fazer com que as cidades obtenham sucesso. Se quisermos impactar um bilhão de pessoas, esse impacto deve acontecer nas cidades.

Essa afirmação é sustentada pelas previsões do relatório de Mat Burrows. Ele aponta que em 2030, teremos 35 megacidades no planeta, além de importantes indicadores econômicos. Com isso, também teremos 35% de aumento na demanda de produção de alimentos e até 50% na demanda de energia e água.

Entretanto, não é preciso entrar em pânico. Já aprendemos por aqui que todo problema traz oportunidades. Como, por exemplo, a renovação das nossas cidades por meio de infraestruturas verdes, tecnologias de smart cities, melhorias de governança e produção local de comida, água e reciclagem.

Evolução dos objetos
“Para você, o que é ser um designer?” – Nos questiona Liza Kay, professora no California College of the Arts (https://www.cca.edu ), com especialização no uso de design como uma ferramenta para aumento da produtividade na criação de novos produtos, marcas e serviços. Ela é autora do livro “Moments of Impact: Design Strategic Conversations that accelerate change”, que propõe um modo de trabalho para otimizar reuniões, ampliando a produtividade, reduzindo stress entre participantes e gerando motivação nas equipes para buscar soluções.

O livro de Kay vem com um kit que explica a metodologia que está disponível gratuitamente. Se você quiser conhecer, aí vai o link:

Ah, a resposta para a pergunta, ela mesma nos dá: se você toma decisões que afetam a vida de outras de outras pessoas, você é um designer.

Sobre design de produtos e serviços, tivemos a visão geral de que um bom design tem que ser funcional e também gerar engajamento emocional. Pode variar de algo básico e funcional até uma experiência como um todo.

Os melhores produtos e serviços não são apenas práticos, eles criam um envolvimento por meio de uma experiência agradável desde o momento que os vemos na prateleira ou os contratamos, até o último momento de uso. Diante disso, se quisermos que nossos projetos afetem bilhões de pessoas, precisamos pensar que o design - como uma experiência de alto envolvimento emocional - é fundamental para o sucesso.

Anousheh Ansari

“Imagination is more important than knowledge” – Anousheh Ansari. (A Imaginação é mais importante do que o conhecimento)

Outro destaque foi a participação de Anousheh Ansari, que nasceu no Irã e morou durante boa parte da sua vida nos Estados Unidos. Ela é empresária e foi a principal investidora do prêmio Ansari Xprize, que iniciou a nova era da exploração comercial do espaço com a vitória da Spaceship One, hoje incorporada à Virgin Galactic de Richard Branson.

Ansari nos contou como foi a preparação para o voo até a Estação Espacial Internacional (ISS). Ela foi a primeira “turista” espacial mulher a ir até a ISS. Sua preparação durou 9 meses e aconteceu na Start City, complexo de treinamento russo. Para participar do projeto, Ansari pagou 20 milhões de dólares para poder ter a terceira cadeira no módulo de lançamento Soyuz e ficou 9 dias a bordo da estação.

Desde seu retorno, ela tem se dedicado a transmitir a mensagem de inspiração para que mudemos nosso mundo, além de investir na nova era da exploração espacial, por meio da exploração comercial.

Além disso, ela é fundadora da Space Adventures, uma empresa com o objetivo de criar uma frota de veículos reutilizáveis para o transporte entre o espaço e a superfície. Por falar em exploração comercial do espaço, já existem empresas como a Planetary Resources (do próprio Peter Diamandis), e a Made in Space, que estão desenvolvendo soluções para extração de recursos em asteroides e impressão 3D no espaço.
 

Sobre UAVs

Mark Ciotola, Innovation Lab Fellow da Singularity, nos explicando os componentes básicos de um drone

Tivemos também o primeiro workshop de UAVs (Unmaned Aircraft Vehicles), ou Drones, onde pudemos entender um pouco melhor sobre o funcionamento e capacidades destes equipamentos.

Os drones têm aplicações muito diversas e certamente estão entre as tecnologias que irão predominar em nosso futuro, não apenas para entretenimento, mas para resgates, análises e monitoramento agrícola, situações de risco, inspeções estruturais em pontes e locais de difícil acesso etc.

Infelizmente, o aeromodelo da foto acabou quebrando antes que pudéssemos voar muito com ele, mas isso não nos impedirá de concertá-lo e construir outros durante o verão.

Para fechar...
Ufa! Isso é só um resumo do que aconteceu por aqui até agora. A expectativa (já confirmada pela equipe da Singularity University é que as próximas semanas sejam ainda mais intensas, pois teremos o inicio das sessões de workshop paralelas. 

 

 

 

 

 

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