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Alface transgênica brasileira terá 15 vezes mais vitamina

Em fase de estudos de biossegurança, a hortaliça, com apenas 12 gramas, poderá suprir 70% da necessidade diária de ácido fólico


	A principal função desta alface transgênica será servir como alternativa para obtenção de ácido fólico sem necessidade de ingestão de medicamentos
 (Alex Silva / Saúde)

A principal função desta alface transgênica será servir como alternativa para obtenção de ácido fólico sem necessidade de ingestão de medicamentos (Alex Silva / Saúde)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 13h48.

São Paulo - A Embrapa promete colocar no mercado em até cinco anos uma alface transgênica com concentração 15 vezes maior de folato. Em fase de estudos de biossegurança, a hortaliça, com apenas 12 gramas, poderá suprir 70% da necessidade diária de ácido fólico, cuja ausência no organismo pode causar de depressão a problemas na gravidez.

O projeto, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, desenvolveu uma alface crespa com genes da planta Arabidopsis thaliana, primeira espécie a ter o genoma completamente sequenciado. Após serem realizados os testes,A comercialização dependerá da liberação na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

“A principal função desta alface será servir como alternativa para obtenção de ácido fólico sem necessidade de ingestão de medicamentos”, afirma o pesquisador Francisco Aragão, que coordena a pesquisa.

Segundo ele, a ideia é exercer o mesmo tipo de função que o espinafre possui na Europa - no País, a erva consumida é produzida na Nova Zelândia e possui baixa concentração de folato. Futuramente, será possível inserir este gene para a criação de outras espécies transgênica de alface”, afirma Aragão.


Nos homens adultos, é indicada a ingestão de cerca de 200 microgramas por dia, enquanto que para as mulheres a recomendação é de 180 microgramas. Para complementar a alimentação, há quase uma década a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que o ácido fólico seja acrescentado à farinha industrializada.

A medida inclui 150 miligramas de ácido sintetizado a cada 100 gramas das farinhas de trigo, milho e, recentemente, também de mandioca. Alguns especialistas da área de saúde suspeitam, porém, que a medida é pouco eficiente em alguns estados com menos recursos, onde o consumo de farinha é majoritariamente de origem artesanal.

Na gravidez. Segundo o médico Eduardo Fonseca, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), estudos mostram que o consumo adequado de ácido fólico por gestantes reduz em até 80% os casos de má formação do tubo neural de bebês - que implicam em anomalias permanentes como espinha bífida e anencefalia. Na gravidez, a dose diária recomendada dobra para 400 microgramas.

“Temos um estudo que mostra que só 13,8% das mulheres tomam suplemento de ácido fólico antes de engravidar. Além disso, a prevenção ocorre de maneira desigual, pois no sistema público este número cai para 3,8%”, diz Fonseca. O suplemento deve ser tomado até 1 mês antes e durante os primeiros três meses de gestação. Outros estudos mostram que o ácido fólico ajuda a prevenir fissura labiopalatal (lábio leporino), além de evitar casos de depressão em jovens e adultos. 

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