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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h16.
Depois de 32 anos atuando no Brasil por meio de um parceiro local, a empresa de software alemã Software AG decidiu montar seu próprio canal de vendas no país. A companhia chega ao Brasil para competir no segmento de softwares empresariais, disputando espaço com outras gigantes do setor, como IBM, Oracle e Microsoft.
Os produtos e serviços da Software AG, também conhecida como SAGA, são comercializados no Brasil exclusivamente pela Consist, que durante esses anos conquistou 200 clientes para a companhia alemã. Juntas, eles rendem um faturamento de 200 milhões de dólares por ano. A exclusividade, no entanto, deixará de existir no final de 2007.
"Não fazia sentido ficarmos de fora de um mercado tão grande como o brasileiro", diz Christian Barrios, vice-presidente da SAGA para a Região Sul, onde se inclui o Brasil. Segundo ele, a empresa passará a trabalhar com diversos parceiros locais, a exemplo do que faz seus concorrentes. O executivo não descarta, inclusive, a compra de distribuidoras de software nacionais. Cerca de 40 profissionais serão contratados para trabalharem em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Mesmo com o fim da exclusividade, a Consist deve permanecer como um dos parceiros da SAGA no Brasil. Segundo o vice-presidente internacional da Consist, João Carlos Serrano, o fato de o contrato não ser renovado não significa o fim do relacionamento entre as duas empresas. "A diversidade de parceiros é uma tendência do mercado", diz o executivo. Segundo ele, a Consist trabalha outros parceiros, além de produtos próprios, e seu faturamento não será afetado.
A América do Sul representa hoje 5% do faturamento mundial da Software AG. Com a entrada do Brasil nos resultados financeiros, esse número deve subir para 20%. "Durante anos o Brasil foi um forte comprador de tecnologia da informação. O momento, agora, é o de modernizar a base existente, e é esse tipo de serviço que a Software AG tem a oferecer", disse o CEO da companhia, Karl-Heinz Streibich.
O executivo se refere ao produto mais recente da SAGA, o Crossvision. O sistema permite que o cliente adquira novas tecnologias em módulos, em vez de ser obrigado a comprar pacotes inteiros. De acordo com a empresa, esse modelo de modernização requer apenas 10% do que custaria uma nova tecnologia por inteiro. "O cliente não precisa trocar tudo", diz o presidente da SAGA.
Presente em 70 países, a Software AG faturou 438 milhões de euros no ano passado. Apesar de o Crossvision ser considerado seu produto com maior potencial de crescimento, a adoção ainda é recente. A receita da companhia alemã ainda é fortemente baseada em seus produtos mais tradicionais, como banco de dados e integração empresarial.