Tecnologia

Além de comprar iPhone, Apple quer que você tenha mais uma assinatura

Inspirados no Amazon Prime, os pacotes da Apple são projetados para reunir os serviços atuais da empresa, que hoje são oferecidos "soltos"

iPhone: apesar de as vendas de celulares terem crescido no segundo trimestre deste ano, a Apple vinha registrando receitas menores ao longo dos anos com a venda dos seus produtos (Thomas Peter/Reuters)

iPhone: apesar de as vendas de celulares terem crescido no segundo trimestre deste ano, a Apple vinha registrando receitas menores ao longo dos anos com a venda dos seus produtos (Thomas Peter/Reuters)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 12h09.

Última atualização em 13 de agosto de 2020 às 17h38.

A Apple está preparando uma série de pacotes que permitirão que os clientes assinem vários dos seus serviços digitais por um preço mensal mais baixo, em forma de um pacote. As informações foram divulgadas pela Bloomberg. Os pacotes, apelidados de “Apple One” estão planejados para serem lançados em outubro junto com a próxima linha do iPhone, de acordo com fontes internas ouvidas pela agência de notícias.

Os pacotes são projetados para incentivar os clientes a se inscreverem em mais serviços da Apple, o que irá gerar um tipo de receita recorrente. A empresa está se esforçando para depender menos de vendas de gadgets, como iPhones e Macbooks, e oferecer mais serviços.

Apesar de as vendas de celulares terem crescido no segundo trimestre deste ano, a Apple vinha registrando receitas menores ao longo dos anos com a venda dos seus produtos. No último trimestre, a interpretação é de que as vendas cresceram devido a uma demanda aquecida — possivelmente sazonal — por produtos devido à pandemia do coronavírus. No entanto, a tendência da empresa é fortalecer o leque de serviços pagos.

A ideia, com o Apple One, é reunir serviços que hoje precisam ser assinados separadamente, como mais espaço no iCloud e o Apple Music. Com isso, os pacotes deverão ter um preço mais em conta.

De acordo com a Bloomberg, haverá pacotes com diversas faixas, começando por um que inclui o Apple Music e a Apple TV+. Outras opções incluirão a assinatura da central de jogos Apple Arcade e o aplicativo Apple News+. Além disso, também será oferecido um pacote com espaço extra no iCloud. Os pacotes também vão ter a opção de incluir grupos familiares nas assinaturas.

Com pacotes que englobam serviços que hoje estão "soltos", a empresa californiana quer alcançar o tipo de lealdade que a Amazon conseguiu com as assinaturas do serviço Amazon Prime, que combina entregas grátis e um serviço de streaming. Apesar de não oferecer comércio digital, a empresa tem milhões de clientes dos seus gadgets que podem ser convertidos em clientes dos serviços.

Para isso, a Apple aposta em sugestões personalizadas de qual pacote a pessoa deve contratar, com base no uso dos iPhones e iPads. Essa função deve chegar um pouco depois do anúncio dos novos iPhones, junto do lançamento do sistema operacional iOS 14.

O segmento de serviços da Apple é uma das áreas de crescimento mais rápido da empresa e se tornou um negócio de US$ 50 bilhões por ano. Embora serviços como os de publicidade e AppleCare tenham caído nos últimos trimestres devido ao impacto da Covid-19, ofertas digitais como App Store, iCloud e produtos de vídeo bateram recordes.

Além de juntar seus atuais serviços, a Apple pretende lançar novos, entre eles a assinatura de aulas digitais de exercícios físicos. Com o codinome de "Symour", o aplicativo deve fazer parte do pacote mais caro e vai concorrer com o Peloton e o aplicativo da Nike.

A princípio, a empresa não planejar integrar os pacotes com o serviço AppleCare, voltado para a garantia dos aparelhos iPhone e Mac.

Essa nova estratégia deve ser aplaudida pelos investidores de Wall Street, segundo a Bloomberg, já que ela garante receita recorrente.

Segundo a reportagem, analistas e investidores pediram que a empresa imitasse a abordagem Prime da Amazon. Alguns dos serviços mais recentes da Apple, incluindo News + e TV +, começaram lentamente. Ao agrupá-los com desconto com serviços mais populares, o uso e as assinaturas podem aumentar.

Acompanhe tudo sobre:AppleCelularesempresas-de-tecnologiaiPhone

Mais de Tecnologia

Intel descarta venda de participação na Mobileye e ações da empresa disparam

YouTube expande anúncios em vídeos pausados para todos os anunciantes

Kremlin volta a usar YouTube, enquanto restringe o acesso de russos à plataforma

Netflix atinge 94 bilhões de horas assistidas no primeiro semestre de 2024, afirma CEO