Tecnologia

Alckmin diz que situação do Cantareira é 'excepcional'

Governador afirmou que problema é resultado de ciclos climáticos 'totalmente irregulares'.

alckmin (Edson Lopes Jr./ GESP / via Fotos Públicas)

alckmin (Edson Lopes Jr./ GESP / via Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 07h19.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira, 19, que o problema vivido na reserva do Cantareira é "algo excepcional", resultado de ciclos climáticos "totalmente irregulares". Segundo ele, apesar de o reservatório do sistema Cantareira estar com 14,7% de sua capacidade, outros sistemas "estão na faixa dos 90%". "Isso mostra como esses ciclos estão irregulares", afirmou.

Segundo o governador, a mesma situação vivida no Estado acontece no restante do Brasil. "Lá em Rondônia e no Acre há excesso de água, calamidade pública pelas enchentes, e o Sudeste está sofrendo com uma seca que é a mais grave dos últimos 80 anos", disse.

Alckmin anunciou em coletiva no Palácio dos Bandeirantes o projeto de interligação das represas de Jaguari e de Atibainha, que deve começar em três meses, levar 14 meses para ser concluída e tem custo estimado em R$ 500 milhões. Será necessária a obtenção de licitação, outorga do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e licenças ambientais. O projeto será executado integralmente com o dinheiro do governo do Estado."O que as mudanças climáticas estão recomendando é que a gente tenha o máximo de segurança hídrica e, para isso, é preciso interligar os sistemas".

A proposta do governo é estabelecer uma "regra operadora" na interligação. "Toda vez que o Cantareira baixar a 35% (de sua capacidade), você pega água do Jaguari. O inverso também vale", afirmou.

Alckmin disse ainda que o sistema Cantareira chegou a ter capacidade de 100% entre 2010 e 2012 e foi preciso "abrir as comportas" e despejar a água excedente. "O que nos estamos fazendo não é pra já. O que estamos fazendo é uma interligação de bacia e reservatórios para os outros anos. Para buscar um sistema mais seguro e equilibrado".

Alckmin negou que a proposta seja uma transposição. "Não é transposição, não vamos tirar nenhuma água do rio Paraíba para transpor para outro rio, vamos interligar dois reservatórios, com sistema de bombeamento recíproco, um socorre o outro." Em sua explicação de como funcionará o projeto, no entanto, o diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp, João Paulo Tavares Papa, afirmou se tratar sim de uma transposição.

Relações estaduais

O governador disse ainda que conversou com governadores de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), e do Rio, Sergio Cabral (PMDB), sobre o projeto. "O governador de Minas foi muito favorável. O governador do Rio entendeu."

Segundo Alckmin, Cabral disse "estamos conversados" e afirmou que o assunto agora estaria entre as equipes técnicas nos dois estados. Questionado se teria convencido Cabral da retirada de água do Jaguari, Alckmin afirmou: "Mas é claro. E espero que convença a todos, porque é uma medida de interesse público", disse. Após o anúncio, Cabral negou que já tenha autorizado a obra e disse ter pedido uma análise técnica ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e ao secretário estadual do Ambiente, Índio da Costa (PSD).

Alckmin disse ainda que já recebeu uma sinalização de apoio da ANA ao projeto. "Como envolve a questão elétrica, já protocolamos uma consulta na ANA e outra na Aneel", disse. "Da ANA já recebemos uma nota de apoio".

Segundo o governador, a conversa dessa terça-feira, 18, com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, para tratar do projeto foi "técnica e de alto nível". "A presidenta conhece o problema. O Brasil está vivendo excesso de chuva no Norte e seca no Sudeste, isso tem impacto nos alimentos, tem impactos na agricultura, na eletricidade, e na questão hídrica", reforçou.

Hoje, durante eventos no Ceará, a presidente Dilma "pediu ajuda" a São José para resolver os problemas atuais. "Estamos comemorando o dia do santo protetor do Ceará e peço que ele proteja também um pouquinho um lugar tão grande como o Brasil, em que de um lado chove muito e do outro chove pouco. Pedimos para que São José nos dê uma forcinha", disse Dilma.

Acompanhe tudo sobre:Águacidades-brasileirasINFOMeio ambienteMetrópoles globaissao-paulo

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não