Segundo dados do BID, enquanto na Coreia do Sul um ano de internet custa um dia de trabalho, na América Latina é preciso trabalhar 31 dias para pagar um plano similar (REUTERS / Lee Jae-Won)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2013 às 21h46.
Na América Latina, apenas uma em oito pessoas tem acesso à banda larga, um serviço lento e caro na região, denunciou nesta sexta-feira no Panamá o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.
"Estamos ficando para trás nesta corrida", disse Moreno, ao comentar estatísticas recentes durante a 54ª reunião anual de governadores do BID, que se celebra até o domingo no Panamá.
O presidente do BID considerou que "é urgente adotar uma regulamentação estratégica que nos permita fechar este abismo" digital e avaliou que um aumento de 10% de penetração na banda larga impulsionaria a economia latino-americana em 3,2% e a produtividade em 2,2%.
No entanto, criticou que, na região, os que têm banda larga "pagam caro demais por um serviço cuja velocidade é muito baixa".
Segundo dados do BID, enquanto na Coreia do Sul um ano de internet custa um dia de trabalho, na América Latina é preciso trabalhar 31 dias para pagar um plano similar. Cada mega no país asiático custa dois dólares contra 53 dólares nos latino-americanos.
"É como pagar 5.300 dólares por andar de triciclo, enquanto na Coreia você paga por uma moto Ducati 200 dólares", comparou Moreno.
Para reverter esta situação, o presidente do BID disse ser preciso estabelecer "um mapa do caminho" entre o setor público e privado que permita baratear os custos para "democratizar" o acesso à banda larga na América Latina.
O BID estima que o número de assinantes de banda larga móvel pode quintuplicar em apenas dois anos, chegando a mais de 300 milhões em 2015.