Tecnologia

Airbus avalia tecnologias para criar avião com apenas um piloto

Airbus está buscando desenvolver aeronaves autônomas e tecnologias que permitam que um único piloto opere aviões comerciais

Airbus: empresa analisa criar aviões que demandam apena um piloto (Jasper Juinen/Bloomberg)

Airbus: empresa analisa criar aviões que demandam apena um piloto (Jasper Juinen/Bloomberg)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 22 de novembro de 2017 às 16h53.

A Airbus está buscando desenvolver aeronaves autônomas e tecnologias que permitam que um único piloto opere aviões comerciais, o que ajudaria a reduzir os custos das operadoras, disse o diretor de tecnologia, Paul Eremenko.

“A abordagem mais disruptiva seria dizer que talvez possamos diminuir as necessidades de tripulação para nossas futuras aeronaves”, disse Eremenko a Yvonne Man, da Bloomberg Television, em uma entrevista transmitida nesta quarta-feira. “Buscamos operar com um único piloto como uma possível opção e muitas das tecnologias necessárias para que isso aconteça também nos orientaram para as operações não pilotadas.”

O setor aeroespacial começou a observar uma tendência similar à do mercado automotivo, onde as fabricantes de veículos estão investindo ou adquirindo startups de condução autônoma. As fabricantes de aeronaves, entre elas a Airbus e a Boeing, se apressam a desenvolver a inteligência artificial que um dia permitirá que os computadores pilotem aeronaves sem seres humanos nos controles.

Tornar essa ideia uma realidade prática não será fácil em um setor onde a presença de pelo menos dois pilotos na cabine de controle tem sido a norma em voos comerciais há várias décadas. Depois que um piloto da Germanwings levou um avião A320 a bater nos Alpes franceses, matando as 150 pessoas a bordo em março de 2015, muitas companhias aéreas do mundo tornaram obrigatória a presença de pelo menos duas pessoas na cabine a todo momento.

Projetos

Além de não haver nenhuma aeronave na categoria de transporte certificada para voos com um único ou nenhum piloto, não está claro se os passageiros ou suas seguradoras ou as operadoras aceitariam ou permitiriam isso, disse Robert Mann, consultor de aviação e ex-executivo da American Airlines.

A Airbus tem uma divisão chamada Urban Air Mobility que está explorando tecnologia que vai desde viagens de helicóptero a pedido até drones para entregas. A Boeing disse no mês passado que comprou uma empresa que está desenvolvendo táxis voadores para a Uber Technologies e também comprou uma participação em uma empresa de aviões híbridos elétricos.

Na semana passada, a Airbus concordou em criar um centro de inovação na cidade chinesa de Shenzhen, perto de Hong Kong. As instalações ajudarão a acelerar a pesquisa necessária para traçar o futuro das viagens aéreas e a China dará à Airbus uma oportunidade de projetar e desenvolver essas tecnologias, disse Eremenko.

“Eu acho que o espaço geral da aviação na China está começando a se abrir”, disse Eremenko em Hong Kong. “Há uma oportunidade para a China dar uma espécie de salto para a frente, como tem feito em outras áreas, e de projetar o sistema aeroespacial, projetar o regime regulatório para o futuro, para possibilitar a mobilidade urbana aérea.”

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