Airbus Thor: "Este é um teste do que é possível com a tecnologia de impressão 3D" (Tobias Schwarz / AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2016 às 17h52.
Mesmo com enormes jatos por todos os lados, o mini-avião Thor atraiu a maioria dos olhares no salão aéreo de Berlim, esta semana. A pequena maravilha da Airbus é a primeira aeronave totalmente produzida com uma impressora 3D do mundo.
Sem janelas, pesando apenas 21 quilos e com menos de quatro metros de comprimento, o drone (avião sem piloto) Thor - abreviação em inglês de "Teste de Objetivos de Alta Tecnologia na Realidade" - se parece visualmente com uma aeronave tradicional grande e branca.
No entanto, para o gigante aeroespacial europeu Airbus, o pequeno aparelho com hélices é pioneiro e oferece uma amostra do que está por vir - um futuro da aviação no qual a tecnologia de impressão 3D promete economizar tempo, combustível e dinheiro.
"Este é um teste do que é possível com a tecnologia de impressão 3D", disse Detlev Konigorski, responsável pelo desenvolvimento do Thor para a Airbus, durante a Exposição Aeroespacial Internacional e Show Aéreo no aeroporto de Schoenefeld, em Berlim.
"Queremos ver se podemos acelerar o processo de desenvolvimento usando impressão 3D não apenas para peças individuais, mas para um sistema inteiro", acrescentou.
No Thor, as únicas partes que não são impressas a partir de uma substância chamada poliamida são os componentes elétricos.
O pequeno avião "voa muito bem, é muito estável", disse o engenheiro-chefe Gunnar Haase, que realizou o voo inaugural do Thor em novembro passado, perto da cidade alemã de Hamburgo.
A Airbus e sua rival americana Boeing já estão usando a impressão 3D para fazer algumas peças dos seus enormes aviões de passageiros A350 e B787 Dreamliner.
"As peças impressas têm as vantagens de não necessitarem ferramentas e poderem ser feitas muito rapidamente", disse Jens Henzler, diretor para prototipagem industrial do alemão Innovation Group Hofmann, que se especializa na nova tecnologia.
As peças de metal produzidas também podem ser de 30 a 50% mais leves do que as tradicionais, e os resíduos de fabricação são quase zero, acrescentou Henzler.
O céu não é o limite para esta tecnologia, já que os engenheiros também pretendem usá-la no espaço.
O futuro foguete Ariane 6 da Agência Espacial Europeia, programado para decolar em 2020, será construído com várias peças impressas.
Desse modo, a fabricação terá os custos significativamente reduzidos, e o foguete poderá ser vendido pela metade do preço do seu predecessor, o Ariane 5, disse Alain Charmeau, diretor da Airbus Safran Launchers.
Além de diminuir os custos, a impressão 3D também promete benefícios ecológicos, uma vez que jatos mais leves consomem menos combustível e emitem menos poluentes.