No mês passado, os Estados Unidos confirmaram a existência de uma operação de espionagem eletrônica de codinome PRISM (REUTERS/Pawel Kopczynski)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2013 às 07h54.
Berlim - A agência de inteligência externa da Alemanha tem conhecimento sobre o monitoramento dos EUA e armazenamento de dados alemães durante anos e faz uso das informações em casos de sequestros de alemães no exterior, informou nesta segunda-feira o jornal grande circulação Bild.
Questionamentos sobre a possibilidade de o governo alemão e as suas agências de segurança saberem da vigilância EUA tocaram um em um ponto sensível na Alemanha, devido às memórias históricas de espionagem sobre cidadãos na época da ex-comunista Alemanha Oriental e do regime nazista.
O assunto tornou-se também um problema na campanha da chanceler Angela Merkel para a reeleição para um terceiro mandato e, embora favorita à vitória, ela está disposta a apagar qualquer impressão de que ela sabia mais do que deixava transparecer.
Citando fontes do governo dos EUA, o Bild informou que a agência de inteligência alemã BND havia pedido à Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) registros dos cidadãos alemães sequestrados no Iêmen ou no Afeganistão para ajudar a determinar a sua localização e contatos de e-mail e telefone.
A BND não estava imediatamente disponível para comentar o assunto.
No mês passado, os Estados Unidos confirmaram a existência de uma operação de espionagem eletrônica de codinome PRISM depois de o ex-espião de uma agência do país Edward Snowden ter revelado que tinha acesso a dados da Europa e outros usuários do Google, Facebook, Skype e outras empresas norte-americanas.
Em um vazamento separado, o governo dos EUA foi acusado de espionagem em escritórios e funcionários da UE e alemão.
Merkel, que disse ter ficado sabendo sobre o programa de vigilância da mídia dos EUA, prometeu no domingo buscar regras mais rígidas de proteção de dados da União Europeia e disse que espera que Washington respeite as leis alemãs no futuro. (Reportagem de Alexandra Hudson em Berlim e Claire Davenport em Bruxelas)