manning (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.
Fort Meade - David Coombs, o advogado do soldado Bradley Manning, pediu nesta quarta-feira um perdão presidencial para seu cliente que permita a libertação "o mais rápido possível" do ex-analista de inteligência, condenado a 35 anos de prisão por vazar informações ao portal Wikileaks.
Coombs pedirá a Obama por meio dos leitos habilitados nas Forças Armadas que perdoe Manning ou o liberte pelo tempo já cumprido em prisão desde o final de maio de 2010.
Coombs anunciou sua decisão em entrevista coletiva hoje depois que Manning foi condenado por uma juíza militar a 35 anos de prisão, que não serão revisados até dentro de pelo menos sete anos, detalhou o advogado.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Eearnest, declarou hoje em entrevista coletiva que o pedido de perdão a Manning será administrado como qualquer outro recebido por Obama, enquanto a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, lembrou que as ações de Manning foram "sérias", mas respeitam a decisão da Justiça militar e a "integridade do processo".
O advogado de Manning insistiu hoje que a forma como o governo americano manejou este caso e a sentença de 35 anos representam "uma mancha histórica à liberdade de imprensa" nos EUA, especialmente por solicitar a acusação de "ajuda ao inimigo" contra Manning, da qual foi absolvido e que se reserva para crimes que, em princípio, merecem a pena de morte.
"O câncer da confidencialidade excessiva de documentos está danificando a própria base de nossa sociedade", opinou Coombs, que defendeu por lutar até o final para que seu cliente saia o mais rápido possível de prisão.
Bradley Manning declarou, através de um comunicado lido por seu advogado, que sua única motivação quando vazou mais de 700 mil documentos confidenciais ao Wikileaks era "ajudar" seu país e sua intenção nunca foi a de prejudicar ninguém.
Em sua declaração, que será parte do pedido de perdão presidencial, Manning se mostrou confiante que, após seus vazamentos, "muitas das ações desde o 11 de setembro sejam vistas um dia sob a luz" com a qual se examinaram outros abusos na história dos EUA, como os campos de internamento de japoneses nesse país durante a Segunda Guerra Mundial.
"Quando decidi revelar informação confidencial, fiz isso por amor a meu país e senso do dever, se o senhor (Obama) rejeita meu pedido de perdão cumprirei meu tempo na prisão sabendo que às vezes é preciso pagar um alto preço por uma verdadeira sociedade", assegura Manning.
O soldado diz ainda que está disposto a cumprir sua pena se isso significa que seu país consagra seus princípios de "liberdade e que todos os homens e mulheres são criados iguais".