Tecnologia

Adobe e Figma cancelam fusão de US$ 20 bilhões após escrutínio regulatório

Acordo entre gigantes do design é interrompido por preocupações antitruste; Adobe enfrentará multa de US$ 1 bilhão

Dylan Field: cofundador e CEO da Figma  (David Paul Morris/Getty Images)

Dylan Field: cofundador e CEO da Figma (David Paul Morris/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 18 de dezembro de 2023 às 11h08.

Última atualização em 18 de dezembro de 2023 às 11h10.

Sob crescente pressão de reguladores no Reino Unido e na União Europeia, a Adobe e a Figma anunciaram nesta segunda-feira, 18, o término mútuo do acordo de fusão, que envolvia a aquisição da plataforma de design de produtos Figma pela Adobe, avaliada em US$ 20 bilhões.

Com a desistência, a Adobe terá de desembolsar US$ 1 bilhão à Figma, como taxa de rescisão. Shantanu Narayen, presidente e CEO da Adobe, afirmou: "Embora Adobe e Figma compartilhassem uma visão para redefinir conjuntamente o futuro da criatividade e produtividade, continuamos bem posicionados para capitalizar nossa imensa oportunidade de mercado e missão de mudar o mundo através de experiências digitais personalizadas."

Reguladores apontaram o quase monopólio da Adobe no mercado de softwares de design ao contestarem o acordo. A aquisição da Figma, uma plataforma de design de produtos em rápido crescimento e agora mais popular que o aplicativo rival da Adobe, XD, gerou preocupações de que a Adobe poderia prejudicar a inovação que ocorreria se a Figma continuasse independente. Designers expressaram preocupações semelhantes desde o anúncio da fusão em setembro de 2022, mas a Adobe contestou essas alegações durante as várias investigações em andamento.

Em uma carta datada de 14 de dezembro, a Adobe rejeitou soluções sugeridas pela Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA) para aprovar a fusão após uma investigação antitruste aprofundada. A autoridade exigia que a Adobe fizesse um desinvestimento significativo de ativos, código-fonte e engenheiros para "restaurar as condições de concorrência".

Havia a espera de que todas as partes discutissem a decisão provisória da CMA de bloquear o acordo em 21 de dezembro, com um prazo final para aprovar ou bloquear a aquisição em 25 de fevereiro. O negócio também estava sendo analisado pela Comissão Europeia, e a Bloomberg informou em fevereiro de 2023 que o Departamento de Justiça dos EUA estava preparando investigações semelhantes.

Com toda essa pressão, a Adobe teve pouco espaço para avançar com o acordo e ainda obter todos os ativos da Figma que esperava adquirir ou, no caso de sacrificar seus próprios aplicativos em um apaziguamento antitruste, reter.

Dylan Field, CEO da Figma, declarou: "Não é o resultado que esperávamos. Mas, apesar de milhares de horas gastas com reguladores ao redor do mundo detalhando diferenças entre nossos negócios, nossos produtos e os mercados que atendemos, não vemos mais um caminho para a aprovação regulatória do negócio."

Acompanhe tudo sobre:AdobeAppsFusões e Aquisições

Mais de Tecnologia

Influencers mirins: crianças vendem cursos em ambiente de pouca vigilância nas redes sociais

10 frases de Steve Jobs para inspirar sua carreira e negócios

Adeus, iPhone de botão? WhatsApp vai parar de funcionar em alguns smartphones; veja lista

Galaxy S23 FE: quanto vale a pena na Black Friday?