Presidente da França, François Hollande, e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, participam do Diálogo de Alto Nível Brasil-França em Educação, no Museu Nacional da República (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 19h56.
Brasília - A visita do presidente da França, François Hollande, a Brasília, nesta quinta-feira, 12, teve como foco o interesse econômico do país europeu na América do Sul, mas terminou com um legado maior para o Brasil. Entre os mais de 10 acordos assinados, em pelo menos três o País terá acesso a novas tecnologias em áreas estratégicas como informática, defesa e saúde.
Um dos acordos destacados pela própria presidente Dilma Rousseff será um plano de trabalho em que o Brasil vai comprar dos franceses um supercomputador para apoio a pesquisas brasileiras. Serão instalados dois centros de pesquisa, um em Petrópolis (RJ) e outro no Rio de Janeiro e haverá transferência de tecnologia para o Brasil desenvolver sistemas de supercomputação.
"Atualmente, apenas dez países detêm capacidade instalada nesse campo. Com a implementação desse plano de trabalho, o Brasil vai entrar para esse restrito grupo e vai desenvolver atividades de pesquisa em áreas estratégicas", disse a presidente.
O País também irá lucrar com o acordo para produção e depois lançamento de um satélite geoestacionário, em um trabalho conjunto entre a empresa francesa Thales Alenia e a brasileira Visione. Uma terceira parceria foi assinada entre a Fundação Osvaldo Cruz e a empresa Sanofi Pasteur, que irá dar assistência técnica para que o Brasil desenvolva uma vacina heptavalente injetável.
Do outro lado, o interesse maior dos franceses é não apenas ampliar a presença no enorme mercado brasileiro, mas convencer os empresários brasileiros a investir na França. Um dos maiores negócios almejados pelos franceses, no entanto, é a venda de caças para a Força Aérea Brasileira, uma compra eternamente negociada e nunca concretizada.
O lobby da Dassault, empresa fabricante dos caças Rafale, foi representado pelo próprio presidente da empresa, Eric Trappier. No entanto, os próprios franceses admitem que, em meio à crise econômica e com eleições no Brasil em 2014, não há perspectiva próxima para uma solução.