Repórter
Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 10h40.
Última atualização em 1 de dezembro de 2025 às 10h41.
As ações da Airbus recuaram até 10% nesta segunda-feira, 1º, após a companhia confirmar a descoberta de uma falha industrial em aeronaves da família A320, seu modelo de corredor único e mais vendido. A informação foi antecipada pela agência Reuters.
O problema envolve os painéis metálicos da fuselagem, e afeta dezenas de aviões ainda em fase de produção. Segundo a fabricante europeia, a falha foi "limitada" a uma quantidade específica de peças e já teve sua origem identificada e contida, sem impacto nas aeronaves em operação.
A falha ocorre no momento em que a Airbus ainda lida com as consequências de um erro de software que afetou cerca de 6 mil aeronaves A320 ao redor do mundo no último final de semana, um dos mais movimentados do calendário aéreo internacional. O defeito, associado a flares solares — erupções de radiação no Sol —, levou ao aterramento de centenas de jatos e atrasos generalizados, principalmente na Ásia, onde a aeronave é central para rotas de curta distância.
Segundo a Airbus, a maioria das aeronaves afetadas pelo problema de software já passou por atualizações emergenciais, mas os efeitos da falha ainda repercutem no mercado e no setor aéreo global. A fabricante publicou um pedido formal de desculpas aos passageiros e companhias aéreas impactadas.
A reação dos investidores foi imediata: as ações da Airbus listadas em Paris recuaram 5,5% às 13h (horário de Londres), após chegarem a cair 10% no início do pregão, ficando entre as maiores quedas do índice europeu Stoxx 600.
Companhias aéreas americanas que utilizam os jatos da fabricante europeia também sofreram com a instabilidade. American Airlines e Delta Air Lines, impactadas pelo chamado recall, recuaram 2% e 1,2%, respectivamente, no pré-mercado.
Outra empresa afetada foi a Thales, fornecedora do sistema de voo da Airbus, cujas ações recuaram 2,9%. A francesa é uma das principais parceiras da Airbus em eletrônicos de aviação e softwares críticos.
O episódio pressiona a Airbus a revisar sua cadeia de produção e reforça preocupações do setor sobre a robustez técnica de frotas de alto volume, especialmente em um momento de alta demanda por aviões de menor porte, com entregas aceleradas após o pico da pandemia.