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Acidentes com Uber e Tesla geram alertas de rivais

BMW, GM e Toyota trabalham em veículos autônomos para o futuro próximo

 (Uber/Volvo/Divulgação)

(Uber/Volvo/Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 2 de abril de 2018 às 14h51.

Algumas empresas concorrentes estão buscando atalhos para sair na frente em meio à disputa da indústria automotiva global para implantação de carros autônomos, alertaram fabricantes de automóveis após a primeira morte de pedestre vinculada à tecnologia emergente.

“Algumas competidoras, e não vou citar o nome porque há várias, estão tentando correr para ser a primeira a apresentar a direção autônoma. Não sei bem qual é a vantagem de ser a primeira”, disse Jack Hollis, vice-presidente de vendas da marca Toyota nos EUA, nos bastidores do Salão Internacional do Automóvel de Nova York. “O importante é poder oferecer 100 por cento de confiança ao cliente.”

A Toyota Motor faz parte da lista crescente de fabricantes de veículos tradicionais e empresas do Vale do Silício que tentam levar a direção autônoma às massas, uma meta difícil que enfrenta novos obstáculos depois que um veículo da Uber Technologies que operava de forma autônoma atingiu e matou uma mulher, no início do mês. O mercado tenta determinar também se um SUV da Tesla operava em modo Autopilot ao envolver-se em um acidente fatal, na sexta-feira.

Motivo para pressa

A Cadillac, da General Motors, fez coro ao sentimento de que a parcimônia e a segurança devem ser prioritárias nessa fase crítica de desenvolvimento. A Cadillac oferece o modo Super Cruise, que permite que o motorista tire as mãos do volante -- recentemente, um comercial citou uma resenha do site Mashable: “Tesla, abra passagem” --, mas o presidente da marca, Johan de Nysschen, disse que não há motivos para pressa com a nova tecnologia.

“Acreditamos firmemente que testes e desenvolvimento beta [com usuários] devem ser feitos em ambiente controlado e com engenheiros experientes, e não com consumidores”, afirmou, em entrevista à Bloomberg Television no salão automotivo. De Nysschen ressaltou que a GM e sua marca de luxo Cadillac têm sido “extremamente conservadoras” em relação ao lançamento de tecnologias de direção semiautônoma e autônoma.

A GM ainda pretende lançar carros autônomos em 2019, disse a CEO Mary Barra, na quarta-feira, durante evento automotivo do Bank of America.

Pulando etapas

Após o acidente da Uber, a Toyota interrompeu os testes de seu sistema de direção autônoma “Chauffeur” nas vias públicas dos EUA. A Toyota vinha fazendo testes com veículos autônomos nas ruas de Michigan e da Califórnia com uma pequena frota de carros.

“Enquanto algumas pessoas tentam pular etapas para chegar ao nível 5 de autonomia, nós daremos um passo por vez, como fazemos em todos os casos, e focaremos na qualidade em cada um deles”, disse Hollis.

Peter Schwarzenbauer, membro do conselho da BMW, disse que a experiência também é fundamental para o desenvolvimento da tecnologia de direção autônoma.

“Tudo se resume ao julgamento humano: você confia sua vida a empresas como a nossa, com histórico comprovado de que é capaz de levar carros seguros ao mercado, ou a alguém que acaba de lançar seu primeiro carro?”, disse Schwarzenbauer a jornalistas no salão automotivo. “Provamos que podemos levar um hardware bastante complexo ao mercado com muita segurança. Aliás, quando anunciamos algo, nós cumprimos.”

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