Aquisição da australiana CyberCX pela Accenture enfatiza a crescente demanda por serviços avançados de segurança digital (Aleksander Kalka/NurPhoto/Getty Images)
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Publicado em 15 de agosto de 2025 às 13h52.
A Accenture anunciou nesta quinta-feira, 14, a compra da empresa australiana de cibersegurança CyberCX, em um dos maiores acordos da companhia no setor. A transação é avaliada em mais de A$ 1 bilhão (aproximadamente US$ 650 milhões), segundo o Australian Financial Review.
Sediada em Melbourne, a CyberCX foi formada em 2019 a partir da fusão de 12 pequenas empresas de cibersegurança, com apoio da BGH Capital. Atualmente, a empresa emprega cerca de 1.400 pessoas, com operações de segurança na Austrália e na Nova Zelândia, além de escritórios em Londres e Nova York.
Na liderança, estão John Paitaridis, ex-diretor da empresa de telecomunicações australiana Optus Business, e Alastair MacGibbon, ex-coordenador nacional de cibersegurança da Austrália. O envolvimento de Paitaridis é particularmente relevante devido à violação de dados que ocorreu na Optus em 2022, quando foram expostas informações pessoais de milhões de clientes.
A aquisição da CyberCX pela Accenture enfatiza a crescente demanda por serviços avançados de segurança digital, à medida que as empresas enfrentam ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas, capazes de interromperem operações e comprometerem dados sensíveis. Desde 2015, a Accenture já realizou 20 aquisições no setor de cibersegurança, incluindo as recentes compras da brasileira Morphus, da mexicana MNEMO e da espanhola Innotec Security.
No mercado doméstico australiano, a empresa firmou um acordo de colaboração de US$ 700 milhões com a Telstra, com o objetivo de implementar capacidades de inteligência artificial em toda a operadora de telecomunicações.
Nos últimos anos, a Austrália tem sido alvo de ataques cibernéticos devastadores. Em 2022, a Optus sofreu um ataque que expôs dados pessoais de até 10 milhões de usuários, enquanto o mesmo número de clientes da seguradora de saúde Medibank também foi afetado.
Em julho deste ano, a Qantas Airways revelou que criminosos haviam invadido um de seus centros de atendimento ao cliente, acessando informações pessoais de 6 milhões de passageiros.
Aqui na América Latina, somente no primeiro semestre de 2025, foram registradas 374 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, segundo a empresa especializada em cibersegurança Fortinet. Deste total, 315 bilhões (84%) foram no Brasil, seguido por México (10,8%), Colômbia (1,89%) e Chile (0,1%).