Tecnologia

A vida dura da Huawei para sobreviver sem o mercado americano

Em mensagem de final de ano aos funcionários, o CEO da fabricante dá o tom de "o pior já passou", mas destaca incertezas no ambiente macro

YOKOHAMA, JAPAN - 2022/05/25: Exhibitor booth of Chinese electronics manufacturer Huawei at Automotive Engineering Exposition 2022 in Pacifico Yokohama. With the switch from petrol-powered cars to electric vehicles, the automotive industry faces new challenges. The shift is driving innovation in technology and sustainability. World technology leaders meet from 25th to 27th May 2022 in Yokohama, Japan, to showcase their latest products and business solutions. (Photo by Stanislav Kogiku/SOPA Images/LightRocket via Getty Images) (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

YOKOHAMA, JAPAN - 2022/05/25: Exhibitor booth of Chinese electronics manufacturer Huawei at Automotive Engineering Exposition 2022 in Pacifico Yokohama. With the switch from petrol-powered cars to electric vehicles, the automotive industry faces new challenges. The shift is driving innovation in technology and sustainability. World technology leaders meet from 25th to 27th May 2022 in Yokohama, Japan, to showcase their latest products and business solutions. (Photo by Stanislav Kogiku/SOPA Images/LightRocket via Getty Images) (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

Os funcionários da Huawei que abriram a caixa de e-mail no final de ano encontraram uma mensagem otimista do CEO Eric Xu: ''Os negócios vão bem", escreveu o presidente no memorando.

Enfim positivo, o recado do líder acompanha a previsão da empresa chinesa de fechar o ano fiscal de 2022 com três trimestres sucessivos de crescimento e uma receita total estável para 2023. As vendas gerais devem chegar a US$ 91,8 bilhões ao fim do período, marcando um singelo aumento de 0,02%.

“Em 2022, saímos com sucesso do modo de crise. As restrições dos EUA agora são nosso novo normal”, escreveu Xu.

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O cenário favorável no horizonte, no entanto, só foi possível depois de quatro anos na berlinda dos negócios globais causado pelas restrições comerciais sancionadas pelo ex-presidente Donald Trump, quando fortificou a guerra comercial com a China, em 2019.

Junto disso, acusação de ser um risco para segurança digital dos EUA com seus dispositivos, principalmente os de infraestrutura de 5G, afastou concorrentes e parceiros. 

Para contornar as medidas, a Huawei, que em certo ponto ficou sem componentes avançados devido a falta de fornecedores, lançou modelos de smartphones atualizados usando chips dos estoques e outros licenciados.

Também expandiu o negócio de consumo para dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes e fones de ouvido, que exigem semicondutores menos complexos do que os smartphones. Assim, o pivô wearables tornou mais fácil para a Huawei adquirir peças no mercado interno e seguir vendendo para o consumidor final.

''Males que vem para o bem''

O período sem acesso ao mercado americano também ajudou a Huawei com o partido comunista. A empresa se voltou aos fornecedores internos e colaborou com governos locais. Hoje figura como uma das mais importantes companhias para Pequim se tornar tecnologicamente autossuficiente.

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De volta ao memorando do CEO, Xu também destacou a receita obtida com a expansão dos serviços em nuvem e seus negócios em rede 5G, que também compensaram a queda nas vendas de dispositivos.

Outra fonte lucrativa para a Huawei é cobrar royalties, especialmente em serviços relacionados a rede de última geração, ofertados para algumas das maiores marcas do mundo, incluindo Apple e Samsung.

A empresa também assinou mais de 20 licenças de patente no ano passado, abrangendo smartphones e redes.

Xu admitiu que os negócios ainda serão difíceis em 2023, dizendo que “o ambiente macro pode estar repleto de incertezas” e a empresa “enfrenta a volatilidade externa”.

“Precisamos ser proativos para melhorar o ambiente de negócios e gerenciar os riscos de maneira mais eficaz. Essa é a única maneira de atingirmos nossas metas de negócios para 2023 e estabelecer uma base sólida para a sobrevivência e o desenvolvimento contínuos da Huawei”, finalizou o CEO.

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