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A TV pode fazer de você uma pessoa melhor, diz estudo

Segundo um estudo recente com universitários, alguns programas de TV ajudam os telespectadores a serem mais gentis com pessoas diferentes deles


	Televisão: pesquisas no passado apontam que a diversidade na TV pode ter impacto direto nos telespectadores
 (Thinkstock/gpointstudio)

Televisão: pesquisas no passado apontam que a diversidade na TV pode ter impacto direto nos telespectadores (Thinkstock/gpointstudio)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2016 às 21h42.

Você pode achar que assistir TV é um ato solitário, mas, dependendo do tipo de programa, você pode aprender como tratar os outros.

Segundo um estudo recente com 100 universitários, alguns programas de TV ajudam os telespectadores a ser mais gentis e generosos para com pessoas diferentes deles – mesmo que o programa não trate de diversidade.

Depois de assistir entretenimento significativo, em vez de entretenimento divertido, as pessoas tinham maior propensão a ajudar em geral, mas também tinham maior propensão a ajudar pessoas diferentes delas, diz Erica Bailey, doutoranda de comunicação de massa da universidade Penn State e autora do estudo.

Entretenimento significativo quer dizer, para Bailey, programas de TV que mostram o que ela chama de beleza moral, tais como atos de caridade, generosidade e auto-sacrifício.

No estudo, ela dividiu 106 participantes, a maioria jovens universitários brancos, em dois grupos. Ambos assistiram a um clipe do programa Rescue Me, uma série do canal FX que não é mais exibida, sobre um bombeiro chamado Tommy e sua vida em Nova York.

O grupo de controle assistiu a um clipe engraçado dos bombeiros pregando peças uns nos outros, enquanto o grupo de intervenção assistiu a um clipe em que Tommy sofre com flashbacks dos atentados terroristas de 11 de setembro, enquanto passa por um divórcio.

Esta é parte de um clipe de 13 minutos que Bailey mostrou ao grupo de intervenção:

https://youtube.com/watch?v=NkSm42NHwMc

Depois de assistir aos vídeos, os 106 participantes preencheram um questionário obrigatório. Eles também foram questionados se teriam tempo para ajudar um outro pesquisador (de mentira) com um outro estudo não-relacionado.

Esse pesquisador fictício foi apresentado como um jovem pesquisador branco da própria universidade ou um pesquisador negro mais velho de uma universidade rival.

Os participantes que assistiram ao clipe significativo de Tommy lidando com as lembranças do 11 de setembro e com o divórcio tinham maior propensão a ajudar o pesquisador branco, explica Bailey, e também o pesquisador negro e mais velho, que era diferente deles.

Como a TV aumenta nossa capacidade de empatia

A pesquisa de Bailey confirma estudos anteriores que mostram que a TV pode influenciar o comportamento das pessoas e até mesmo aumentar a empatia por pessoas que são diferentes de nós.

Um estudo recente apontou que dramas de alto nível tendem a melhorar os resultados de testes de inteligência emocional realizados depois de assisti-los.

Pesquisas no passado apontam que a diversidade na TV pode ter impacto direto nos telespectadores. Por exemplo, algumas pesquisas indicam que personagens gays na TV ajudam as pessoas sentir menos preconceito em relação à comunidade gay.

Embora não haja muitas pesquisas sobre o efeito psicológico da diversidade racial na TV, um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles indica que programas com elencos – e roteiristas -- mais diversos têm mais audiência.

E um estudo da Universidade de Indiana aponta que a falta de diversidade afeta a auto-estima de meninas pré-adolescentes e negros pré-adolescentes de ambos os gêneros.

Bailey diz que sua pesquisa traz importante contribuição para entender como a TV pode influenciar comportamentos altruístas em relação a pessoas diferentes do telespectador.

A mídia nos conecta mais com a humanidade em geral, e acho isso legal, conclui Bailey.

O estudo, que teve como co-autor Bartosz Wojdynksi, da Universidade da Geórgia, foi publicado no Journal of Broadcasting and Electronic Media.

Bailey espera realizar pesquisa futuras para entender por que clipes que mostram beleza moral parecem despertar respostas altruísticas nos telespectadores.

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