ByteDance: empresa desenvolveu outros aplicativos além do TikTok, como o Toutiao (Barcroft Media / Colaborador/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 5 de novembro de 2020 às 12h11.
A ByteDance já tem uma nova aposta para o mercado de tecnologia. E dessa vez não tem nada a ver com o TikTok ou com qualquer aplicativo de vídeos curtos. A empresa está investindo 170 milhões de dólares na Zhangyue, uma plataforma chinesa de leitura online.
Quase desconhecida no mercado ocidental, a Zhangyue conta com 170 milhões de usuários em seu serviço que oferta milhares de livros, revistas, gibis, mangás para a leitura online. É semelhante ao que faz a Amazon, por exemplo, com o serviço Kingle Unlimited. Com o investimento, a ByteDance agora tem 11% das ações do negócio.
Fundada em 2008, a Zhangyue recebeu 161,2 milhões de dólares em aportes desde que foi fundada e um dos investidores é outra gigante chinesa, o Baidu. A companhia está listada na bolsa de valores da China em 12,7 bilhões de yuan (algo em torno de 1,9 bilhão de dólares). Com a notícia do aporte da ByteDance, as ações da startup fecharam o pregão chinês com alta de 10%.
A aposta inicial da ByteDance parece ser intensificar a competição local dos aplicativos de leitura. A maior rival neste sentido é a China Literature, subsidiária da Tencent, que conta com 217 milhões de usuários mensais. O setor deve movimentar 3,1 bilhões de dólares em receita na China neste ano, mais do que o triplo do valor de 1 bilhão de dólares obtido em 2015, segundo a consultoria iResearch.
Com um assento no conselho da Zhangyue, a ByteDance passa a garantir um certo poder de gerência sob o negócio, o que pode ser positivo para a evolução da plataforma de leitura. A gigante chinesa não desenvolveu somente o TikTok, mas é detentora também do Toutiao, uma plataforma de leitura de notícias. São negócios que podem se complementar no futuro.
Certo mesmo é que a empresa procura por outro hit de sucesso após emplacar a rede social de vídeos curtos como um concorrente à altura do Instagram. Vale lembrar que a rede social precisou ser vendida para uma empresa americana, o Walmart, no caso, para continuar operando no país. A ByteDance, porém, afirma que ainda mantém o controle da plataforma.