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A casa sustentável: o futuro que já chegou

A construção foi erguida na cidade universitária de Davis com três quartos e dois banheiros. No total, o projeto levou dois anos para ser concluído

Casa Honda (Divulgação)

Casa Honda (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2014 às 05h43.

Aquecimento global e mudanças climáticas são termos que deixaram de fazer parte somente da conversa de cientistas. Hoje estão integrados no nosso dia a dia. Sabemos que para enfrentar a transformação que o planeta vem sofrendo, precisamos nos adaptar e viver de forma diferente.

Para atender esta demanda, pesquisadores da Universidade da California Davis (UC Davis), a fabricante de veículos Honda e uma equipe de arquitetos e engenheiros criou a Honda Smart Home, a casa com emissão de carbono zero.

A construção foi erguida na cidade universitária de Davis, a cerca de 25 quilômetros de Sacramento. Tem 180 m2, com três quartos e dois banheiros. No total, o projeto levou dois anos para ser concluído.

A concepção da planta partiu da técnica conhecida como passive design. Ao estudar o movimento da rotação da Terra e, consequentemente, a direção dos raios do sol nas diferentes épocas do ano sobre o terreno onde a casa iria ser construída, os arquitetos projetaram a planta, que utiliza da melhor forma possível a luz solar. Com isso, reduziu-se a necessidade do uso de aquecimento ou ar-condicionado.

 Máximo uso da luz natural para economizar energia

Desta maneira, durante o verão, o telhado da casa bloqueia mais o sol e mantem o ambiente fresco e no inverno possibilita o maior uso de calor natural. “É fundamental otimizar a colocação de janelas, portas e escadas ao projetar um ambiente eficiente energeticamente”, explica Michael Koenig, líder do projeto.

A mesma lógica do ciclo natural – dia versus noite, foi utilizada para a iluminação, que respeita e acompanha o ritmo e o relógio biológico dos moradores. Lâmpadas LED – cinco vezes mais eficientes que as tradicionais, se revezam automaticamente com tons mais quentes nas primeiras horas da manhã, tornando-se mais frias durante a tarde e mudando para um tom mais azulado e calmante à noite, para que os moradores possam relaxar e ter uma boa noite de sono.

 Iluminação LED digital muda os tons conforme passam as horas do dia

O telhado de metal – mais durável e reciclável – recebeu uma centena de paineis solares. Toda a madeira utilizada para erguer o “esqueleto “ da casa é certificada. No piso, concreto polido, que além de durar mais e ser fácil de limpar, acumula menos poeira e provoca menos alergias respiratórias.

A água da chuva e das tempestades que cai do telhado, escorre através de calhas em pequenas rochas no quintal. À medida que a água penetra na terra, a poluição é naturalmente filtrada pelo solo. Além disso, as plantas escolhidas para o jardim são nativas da região e praticamente não precisam ser regadas. Quando isso se faz necessário, é utilizada água de reuso purificada, proveniente de pias, vasos sanitários e máquina de lavar.

 Plantas nativas e água de reuso no jardim

Um dos pontos mais impressionantes do projeto é que através do uso inteligente de recursos naturais – sol, vento e água, a casa produz mais energia do que consome. No subsolo, foram instaladas bombas de energia geotérmica. O sistema de aquecimento e resfriamento distribui esta energia uniformemente através da  circulação de água, feita por uma rede de tubos instalados nos pisos, paredes e tetos.

Na garagem, uma bateria de lítio de 10kWh armazena energia solar para que ela possa ser usada à noite, quando normalmente ocorre o pico da demanda doméstica e veículos elétricos são geralmente recarregados.

O mais bacana é que projeto sustentável foi feito para ser disseminado. No site da Honda Smart Home é possível fazer download de todas as plantas da casa inteligente e saber mais sobre os materiais empregados. “Nossa intenção é que todas as pessoas conheçam nosso projeto e de alguma maneira possam aplicar alguma coisa em suas casas”, revela Koenig.

Mas o americano ressalta que governos devem estimular aqueles que investem em construções sustentáveis. “Deve haver algum incentivo financeiro, redução nas contas ou ainda, que seja criado um mercado de compra e venda de energia para estes tipos de casas”.

A casa do futuro já existe. Agora precisamos colocar em prática o mercado regulado pela economia verde.

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