Tecnologia

99 cria novas inteligências artificiais e reduz ocorrências em até 63%

Chamadas Hércules e Cubo, ferramentas analisam padrões de comportamento dos usuários para evitar riscos aos motoristas; as IAs reduziram ocorrências graves em 40% e 63%, respectivamente

Smartphone com tela do app 99Taxis (99/Reprodução)

Smartphone com tela do app 99Taxis (99/Reprodução)

KS

Karina Souza

Publicado em 11 de maio de 2021 às 11h20.

A 99, de transporte por aplicativo, criou recentemente mais duas inteligências artificiais voltadas à proteção de motoristas. Intituladas Hércules e Cubo, as ferramentas analisam padrões de comportamento dos usuários para evitar problemas como roubos. Nos testes realizados, atingiram níveis de 40% e de 63% de prevenção de ocorrências graves.  

O Hércules atua identificando padrões de chamadas suspeitas e atribuindo um fator de risco a corridas semelhantes àquela. Ao identificar uma possível situação de risco, a ferramenta solicita informações adicionais aos usuários. Traduzindo alguns desses fatores para uma situação prática: um usuário que acabou de fazer o cadastro na plataforma, não colocou o cartão de crédito como meio de pagamento e está pedindo e cancelando várias corridas na madrugada, entre outros fatores, pode ter uma verificação adicional exigida -- ou, no extremo, ser impedido de solicitar carros por um determinado período.

Antes de apontar uma situação potencialmente perigosa, os dados passam por uma última etapa de revisão humana, para evitar viés nas conclusões relacionadas às regiões e usuários.

Já o Cubo visa principalmente identificar microrregiões que possam oferecer algum risco em um curto espaço de tempo. A partir das queixas dos passageiros e motoristas, a plataforma entende que alguns locais oferecem alto risco e é capaz de “silenciar” determinadas ruas ou até mesmo praças por períodos que variam de minutos a algumas horas. Durante o “silêncio”, não é possível pedir carros no app.

Ambas as ferramentas passaram por testes conduzidos segundo a metodologia da 99 -- que incluiu etapas internas e a implantação em cidades com um cronograma de fases durante o ano de 2020 até chegar ao nível nacional em 2021. Além disso, contam com revisão humana para verificar possíveis erros do modelo, no dia a dia. As soluções foram desenvolvidas em uma colaboração entre as equipes da empresa no Brasil e na China.

Além disso, Hércules e Cubo estão incluídos no investimento de R$ 35 milhões em segurança, anunciado no ano passado, e atuam de forma complementar às outras tecnologias que já existem para a proteção tanto de motoristas quanto de usuários e trouxeram resultados. Em 2020, ferramentas contra o assédio, instalação de câmeras dentro dos carros e melhorias nos serviços de atendimento ao cliente colaboraram para reduzir ocorrências graves em 29%.

“É um trabalho que não tem fim. Desde 2017, a gente sempre está trazendo muitas coisas novas e pensando como melhorar o ecossistema de segurança. Além dos 35 milhões de reais em investimento em segurança ‘tradicional’, investimos 32 milhões de reais em segurança sanitária graças à covid-19”, diz Thiago Hipólito, Diretor de Segurança da 99. Com esses recursos, a companhia já distribuiu 640 mil máscaras a motoristas parceiros, investiu R$ 2,8 milhões na instalação de escudos protetores, por exemplo. 

Medidas semelhantes também foram tomadas pela principal concorrente da 99 no país, a Uber. Na pandemia, a empresa investiu pelo menos R$ 50 milhões em auxílio a parceiros, de acordo com informações divulgadas recentemente. 

Além disso, a rival também desenvolve ferramentas de inteligência artificial focadas em evitar ocorrências desde 2018 e, neste ano, anunciou a expansão do recurso de checagem de documentos de usuários. Com a inovação, usuários que optarem por pagar a primeira viagem em dinheiro, sem fornecer dados de meio de pagamento digital, precisarão fornecer um documento com foto para usar o aplicativo.

Na guerra entre os apps, quem ganha o benefício são usuários e motoristas.

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