Quando se pensa em energia solar, a primeira imagem que surge é, em geral, a de paineis instalados no telhado de uma casa. Mas há usos mais audaciosos mundo a fora, como mostra esta seleção de mega projetos. Confira
Solar Powered Office Complex (Divulgação)
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 17h32.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h27.
Em formato de leque, esta estrutura que se assemelha a um relógio é o maior edifício comercial alimentado por energia solar no mundo. Localizado em Dezhou, na província de Shandong, noroeste da China, o prédio de 75 mil metros quadrados de área abriga um hotel, centros de exposição, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento científicos e espaçosas salas para reunião e treinamento. Com uma cobertura de paineis solares de 5 mil metros quadrados, o edifício tem 95% de suas necessidades energéticas proveniente dessa fonte renovável. A cor branca adotada na fachada simboliza energia limpa, além de ajudar a refletir a luz do sol, reduzindo o calor.
Com jeitão futurístico, o estádio de Kaohsiung, em Taiwan, carrega o título de primeiro do mundo 100% movido a energia solar. Seu teto é recoberto por nada mais nada menos do que 8.844 placas solares, que fornecem energia suficiente para as 3,3 mil lâmpadas que iluminam o estádio e mais dois telões gigantes que transmitem os jogos. O uso dessa fonte de energia renovável e limpa evita a emissão de 660 toneladas de CO2 na atmosfera anualmente. Em formato que remete a ferradura de um cavalo, a arena criada pela firma japonesa de arquitetura Toyo Ito foi construída para os Jogos Mundiais de 2009 e tem capacidade para 55 mil pessoas.
Apesar das claras vantagens ecológicas, projetos de energia solar têm um calcanhar de Aquiles: eles dependem da existência de luz natural para produzir eletricidade. Mas um sistema de geração em Sevilha, na Espanha, mandou para escanteio essa fraqueza. Trata-se da Gemasolar, a primeira usina de energia solar concentrada (ESC) em escala comercial do mundo, que gera energia durante a noite ou em dias nublados. A produção de eletricidade sem a presença de luz solar resulta de uma inovadora tecnologia que usa sal fundido para estocar calor e operar 24h. Com capacidade instalada de 19,9 megawatts, a central já fornece energia para 25 mil lares na região de Andaluzia.
Essa estrutura em forma de asa elegantemente “pousada” no solo abriga desde 2002 o Museu da Energia Solar, mais conhecido como Sanyo Solar Ark. Semelhante a um arco de 315 metros de largura e 37 m de altura. Localizado na Província de Gifu, no centro do Japão, o impressionante edifício possui mais 5 mil paineis solares e produz mais de 500 mil kWh de energia por ano. A fachada da atração, que também abriga centro de pesquisa em tecnologia solar da Sanyo, também é coberta por lâmpadas leds, que se iluminam à noite.
A maior instalação esportiva para corrida abastecida por energia solar do mundo é uma pista de Nascar, categoria do automobilismo. Trata-se do Pocono Raceway, centro norte-americano do estado da Pensilvânia, que acionou ano passado sua usina para captação da luz solar por painéis fotovoltaicos. Além de fornecer energia suficiente para a instalação desportiva, o novo sistema, com capacidade instalada de 3MW, abastece cerca de mil casas nas proximidades. No período de um ano, cerca de cinco mil tonelads de CO2 devem deixar de ser emitidos.
6. Sonnenschiff: um vilarejo com excedente de energiazoom_out_map
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Cinquenta e duas casas, entre residenciais e comerciais, formam o bairro ancorado em Freiburg, na Alemanha, que se tornou referência em boa vida e impacto ambiental mínimo. Situado em uma das regiões mais ensolaradas do país, o vilarejo de Sonnenschiff é capaz de produzir quatro vezes mais energia do que consome. A auto-suficiência é atingida através do seu projeto de energia solar, que utiliza painéis fotovoltaicos posicionados estrategicamente para aproveitar ao máximo a incidência dos raios de sol. Além de aproveitar a luz natural, com amplas aberturas para deixar o sol entrar nos ambientes internos, as casas ecológicas também contam com tecnologia para economizar água. Os telhados possuem sistemas de captação de água da chuva, que depois é utilizada na irrigação de jardins e nas descargas de vasos sanitários, diminuindo ainda mais o impacto no ambiente.
Construída na era do vapor, em 1886, a ponte de Blackfriars, sobre o rio Tâmisa, em Londres, se tonará em breve a maior ponte solar do mundo. A estrutura vitoriana passa por um retrofit, com conclusão prevista para 2012, para se transformar em uma estação de trem movida pela energia gerada por mais de 4 mil paineis fotovoltaicos. Quando concluída, a estação contará com seis mil metros quadrados de teto solar, capaz de produzir 900 mil kWh anualmente. Metade da energia necessária para a movimentação dos trens será suprida pela geração alternativa, o que vai evitar a emissão de 511 toneladas de CO2 na atmosfera.