Homem fala ao celular: pesquisa da Amdocs mostra que consumidores compartilhariam dados como informações familiares, localização, histórico de compras e do YouTube e perfis nas redes sociais (Oli Scarff/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2013 às 10h56.
Cingapura - Uma pesquisa realizada em abril pela Amdocs com 3,9 mil consumidores de 13 países, incluindo o Brasil, e divulgada em seu evento anual In Touch em Cingapura na quarta-feira, 19, mostrou que os assinantes de serviços de telecomunicações estão dispostos a abrir mão de sua privacidade e compartilhar informações pessoais, mas por um preço.
De acordo com o vice-presidente de estratégia de marketing da Amdocs, Alaister Hanlon, "os dados dos clientes têm o potencial de se transformarem em uma nova moeda na indústria de telecomunicações".
O executivo cita pesquisas que estimam que um aumento de 10% na acessibilidade desses dados possam gerar receitas adicionais de US$ 65,6 bilhões e que o acréscimo de 10% na usabilidade das informações induza uma receita estimada de US$ 2 bilhões. Dados de localização do usuário poderiam ainda contribuir ainda com um aumento de US$ 600 bilhões nos gastos globais com compras de produtos e serviços.
Embora a quebra de privacidade tenha ganhado destaque nas últimas semanas com a revelação de um programa clandestino de vigilância eletrônica da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, em operação desde 2007, Hanlon destaca que o problema maior dos norte-americanos com a questão não foi a quebra de privacidade em si, mas sim as pessoas não terem sido comunicadas previamente.
"Cerca de 65% das pessoas que postam fotos no Instagram ou no Facebook ou que sobem vídeos no YouTube não se importam com privacidade. E enquanto 59% das pessoas que compram online não dão importância para questão de privacidade, 36% deles ainda divulgariam essas informações de graça", conta Hanlon.
Toma lá, dá cá
De acordo com a pesquisa, de maneira geral, 63% dos consumidores considerariam compartilhar informações pessoais com suas operadoras. Na liderança dos benefícios estão descontos no preço de planos de serviços (citado por 65% das pessoas); aumento na velocidade do acesso à Internet (61%); prioridade nos serviços de atendimento (54%) e planos compartilhado entre múltiplos dispositivos (50%).
Um total de 57% dos entrevistados compartilhariam informações ainda mais detalhadas com suas operadoras em troca de recompensas em dinheiro, ofertas personalizadas de produtos e serviços, cupons e ofertas exclusivas ou pontos em programas de fidelidade, nesta ordem.
"Os consumidores vêm valor em compartilhar informações pessoais, como informações familiares, localização, histórico de compras e vídeos assistidos na TV ou no YouTube e perfis nas redes sociais, em troca de melhores serviços ou recompensas", detalha Hanlon.
E ainda 54% dos entrevistados permitiriam que suas operadoras compartilhassem seus dados pessoais com terceiros (como empresas parceiras) desde que permanecessem anônimo (22%) ou consultado previamente (20%) – 12% não teriam nenhuma restrição ao compartilhamento.
Para Hanlon, o uso dessas informações pelos provedores de serviço é uma grande oportunidade de receitas. "Conseguir combinar todo esse Big Data em uma experiência única para saber quem é o seu cliente e o que ele quer é uma maneira de gerar maior satisfação para os usuários e um diferencial competitivo", pontua.