São Paulo - Produtos e artigos comuns do cotidiano são compostos de dezenas de substâncias
químicas, algumas perigosas e com alta toxicidade. Mulheres
grávidas e
crianças em fase de desenvolvimento são os grupos mais vulneráveis à exposição a esses químicos, que se comportam como "neurotoxinas", afetando o correto funcionamento do cérebro. Em um
estudo "barulhento" divulgado no começo deste mês, um grupo de 50 cientistas e profissionais de saúde dos Estados Unidos pede uma ação urgente das autoridades de saúde e do governo no combate à exposição de gestantes e crianças a essas substâncias. O projeto que atende pela sigla TENDR (Project Targeting Environmental Neuro-Developmental Risks) foi convocado para avaliar o impacto de produtos químicos tóxicos no cérebro e sistema nervoso em desenvolvimento. No artigo publicado na prestigiosa revista
Environmental Health Perspectives, o grupo conclui que as crianças estão "amplamente expostas a produtos químicos conhecidos por prejudicar o desenvolvimento". Se a situação é crítica nos Estados Unidos, dá para ter uma ideia do tamanho dos riscos em outras partes do mundo. Na pesquisa, eles identificam seis tóxicos químicos (veja nos slides) que apresentam riscos claros para o desenvolvimento neurológico das crianças e oportunidades para ação imediata, a fim de se aprimorar as políticas, legislação e práticas nacionais referentes ao controle desses produtos. Apesar do estudo ser focado nos Estados Unidos, os esforços de combate a essas substâncias podem ser verificados em vários países, incluindo o Brasil, mas de forma muito pontual. A exposição a essas substâncias ocorre por vias diversas — inalação, contato de pele, ingestão de alimentos ou água contaminados, por exemplo — e nem sempre é óbvia, uma vez que partículas desses tóxicos, que se encontram "ocultos" nos produtos, podem se dispersar no solo, ar e água e permanecer ali por dezenas de anos. Muitas ainda têm propiedades lipossolúveis, sendo estocadas na gordura animal, o que gera um efeito bioacumulativo na cadeia alimentar. Confira nas imagens as substâncias químicas do cotidiano que são veneno para o cérebro das crianças, segundo o estudo.