Alessio Alionço: fundador da Pipefy está de olho no mercado americano (Eduardo Macarios/Divulgação)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 1 de março de 2021 às 07h00.
Os olhares de Alessio Alionço estão voltados para o mercado americano. Fundador e presidente da Pipefy, startup que atua com o desenvolvimento de softwares voltados para o gerenciamento de empresas, o executivo não esconde que o plano é crescer cada vez mais fora do Brasil. “Cerca de 65% dos nossos investimentos em 2021 irão para os Estados Unidos”, diz o executivo.
A Pipefy cria softwares que tornam mais simples as atividades de trabalho. Toda a interface é desenvolvida com foco em simplicidade. No lugar de uma mensagem de e-mail para o setor de recursos humanos para solicitar o reembolso de alguma despesa, há um formulário que pode ser preenchido, o que já facilita e acelera o processo.
De acordo com a Pipefy, empresas que já terminaram a implementação de seu sistema têm uma média de aumento de produtividade de 35%.
Com escritórios em São Francisco e Austin, a startup fundada em Curitiba ainda em 2015 já espera que, num futuro próximo, a maior parte de sua receita já venha do exterior. “A Pipefy acaba se dando bem em mercados mais desenvolvidos”, afirma Alionço. Ao todo já são mais de 15 000 clientes espalhados em 150 países.
A aposta internacional é pautada em economia. “O custo de mão de obra nos Estados Unidos é muito alto, mas um americano rende em média cinco vezes mais do que um brasileiro”, diz o executivo. Por isso, há uma tendência nos EUA para que as companhias invistam em tecnologias que possam aumentar a produtividade de seus trabalhadores – que não são baratos.
Neste campo, entram tecnologias que são englobadas na categoria de Software as a Service (SaaS). São programas e serviços que rodam em sistemas online, com o uso da nuvem, como o Gmail e o Office 365, por exemplo. Com a presença de gigantes como Google e Microsoft, este mercado movimentou 104 de dólares no ano passado, conforme apontam dados da consultoria Gartner.
No Brasil, a Pipefy é vista como um potencial unicórnio para os próximos anos. A companhia já levantou mais de 63 milhões de dólares em aportes. Foram 45 milhões somente na última rodada de captação, em novembro de 2019, com uma injeção liderada pelo fundo nova-iorquino Insight Partners.
Mas se engana quem pensa que a companhia vai gastar e captar dinheiro desenfreadamente. “Ainda temos a maior parte do capital levantado em caixa não pretendemos captar recursos tão cedo”, diz o executivo. Endinheirada, a Pipefy quer dobrar de tamanho em 2021.
Pelo menos 150 novos funcionários serão contratados até o fim do primeiro semestre e um processo para a seleção de trainees já está em andamento. Para os próximos dez anos, os números podem ser ainda maiores.