Tecnologias: novas ferramentas vão nos ajudar a mapear o planeta de uma forma completamente nova (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 21h02.
Em 5 anos, teremos uma nova forma de olhar o mundo. A supervisão infravermelha vai ser possível para qualquer mortal, mesmo que não tenha vindo de Krypton.
E novas ferramentas vão nos ajudar a mapear o planeta de uma forma completamente nova. Pelo menos é nisso que aposta a IBM, a gigante americana de tecnologia.
Todo ano, a empresa anuncia 5 inovações que terão o maior impacto na vida das pessoas nos próximos 5 anos. A maioria dessas mudanças vem impulsionada pelo desenvolvimento de inteligências artificiais cada vez mais poderosas – o que não é coincidência nenhuma, já que o aprendizado de máquinas é uma das especialidades da IBM. Vamos a elas:
Você já deve ter reparado que sua voz muda dependendo do seu estado de humor. A inteligência artificial, segundo a IBM, quer transformar essa percepção instintiva em uma forma de diagnosticar doenças.
Pesquisas mostram que o padrão natural de fala de pacientes com Alzheimer, Parkinson e até ansiedade e depressão muda de forma quase imperceptível aos ouvidos, mas que um computador inteligente seria capaz de detectar com precisão, até nos estágios mais precoces dessas doenças.
Algumas das pistas incluem a escolha de palavras, a entonação e até a sintaxe usada pelos pacientes.
Para 2022, a IBM aposta que nossos smartphones já terão apps de diagnóstico instantâneo de saúde mental, baseados em reconhecimento vocal – e monitorar essas doenças pode se tornar tão corriqueiro quanto usar o Whatsapp.
Nossos olhos só são capazes de enxergar formas específicas de luz. Em todo o enorme espectro de ondas eletromagnéticas, o que chamamos de luz visível são as ondas com comprimento entre 390 e 700 nanometros.
Para enxergar raios-x, luz infravermelha e microondas, só se você tiver equipamentos especializados – ou se for um personagem de quadrinhos.
Nos próximos 5 anos, porém, os cientistas da IBM prometem que teremos uma visão digna do Superman, mas utilizando os métodos do Batman. Isso porque não teremos olhos diferentes, mas sim tecnologia portátil, acessível e desenvolvida para enxergar diferentes comprimentos de onda que hoje só são vistos em laboratório.
A previsão mais realista é que sensores e câmeras de hiperimagem tragam essa mudança para as nossas vidas. Nos carros, por exemplo, elas podem ajudar motoristas a enxergar melhor na estrada em situações de neblina ou de chuva.
Mas a IBM vai ainda mais longe: as fotos de comida que tiramos podem ser associadas a análise de imagem para já informar o valor nutricional de cada refeição – ótimo para quem está de dieta, péssimo para quem prefere ignorar as calorias daquela sobremesa que ficou linda no Instagram.
Esqueça tudo que você aprendeu na aula de geografia: em 5 anos a IBM acredita que teremos um novo tipo de mapa para analisar o mundo à nossa volta. São os macroscópios – em vez de permitir enxergar detalhes minúsculos como os microscópios, eles vão unir diferentes tipos de dados gerados diariamente para nos ajudar a enxergar padrões – sociais, econômicos, de poluição, de saúde – em comunidades, cidades e países.
Todo mapa é um conjunto de dados, mas a proposta destes macroscópios é nos ajudar a visualizar as quantidades absurdas de dados que geramos utilizando computadores e eletrônicos que, cada vez mais, vão ser inteligentes e conectados à rede, gerando dados a cada segundo.
A aposta da IBM é que, em 5 anos, vamos aprender a agregar dados diferentes – misturando informações de drones, de telescópios e de previsão do tempo, para antever quedas de asteroides, por exemplo.
Mas não é preciso ir tão longe: quando sua geladeira, sua privada e cada uma das lâmpadas da sua casa for inteligente e conectada à internet, um mapinha da sua própria casa vai se mostrar muito mais útil do que você imagina hoje.
Se você odeia aguentar a fila de exames e ainda ter que esperar semanas pelos resultados, a IBM aposta que seu sofrimento pode accabar nos próximos anos.
Isso porque uma das tendências apontadas pela empresa são os laboratórios de bolso – chips de silicone com a capacidade de análise de todo um laboratório de bioquímica, capazes de revelar informações vindas de amostras de suor, de sangue e de urina.
A ideia é que eles sejam associados a aparelhos portáteis para monitorar doenças no conforto da casa do paciente – como já acontece hoje com o controle de glicemia de diabéticos.
Em um mundo povoado pela “internet das coisas”, esses laboratórios de bolso seriam associados aos dados que já são gerados hoje em dia por apps que monitoram o sono e que contam o número diário de passos para dar uma visão universal da saúde de cada pessoa.
A tecnologia atual já é capaz de ter medidas cada vez mais precisas das mudanças climáticas, da qualidade do ar e da produção de CO2. A previsão da IBM é que a velocidade dessa análise aumente muito – em um piscar de olhos, saberíamos exatamente quais os poluentes que estão se acumulando diariamente na atmosfera e de onde eles vêm.
Por um lado, isso nos faz perceber com ainda mais intensidade os impactos da ação humana na natureza. Mas também nos dá uma ferramenta para lutar contra isso: os cientistas da empresa americana acreditam que vazamentos de gás, por exemplo, vão levar segundos para serem identificados, em vez de semanas. A velocidade com que resolveremos esses problemas, porém, continua sendo responsabilidade nossa.
Esse texto foi publicado originalmente no portal Superinteressante.