Las Vegas - O 4K é a grande promessa para a mídia eletrônica. A adoção em massa da tecnologia, no entanto, enfrenta agora o dilema do ovo e da galinha.
A indústria fabricante sabe que a oferta de conteúdo é fundamental para massificar a tecnologia, mas também concorda que sem uma base mínima instalada, não há sentido criar e distrbuir conteúdos em Ultra HD.
"Claramente, para consumir Ultra HDTV, você começa por uma tela", disse John Taylor, da LG, em um painel sobre o futuro da TV durante o NAB Show, que acontece esta semana em Las Vegas.
Para o produtor e distribuidor de conteúdo, falta um bom modelo de monetização que justifique o investimento.
Vale destacar, o 4K tem uma definição quatro vezes maior que a HDTV, com muito mais profundidade de cor, o que exige um investimento gigantesco em redes, pelo menos até que os encoders disponíveis no mercado tenham capacidade de condensar essa informação toda na mesma largura de banda usada pelo conteúdo em HD.
Esse investimento começa nas redes internas das estruturas de produção e finalização de conteúdo, e vai até as redes de distribuição, seja Internet, cabo, satélite ou mesmo TV aberta pelo ar. "A questão é o modelo de negócios. Nós temos que ter certeza que há uma possibilidade de retorno antes de fazer o investimento", explicou Vince Roberts, da Disney ABC TV Group.
Consumidor
Além da oferta de equipamentos e de conteúdo, o consumidor precisa ainda ser informado sobre a nova tecnologia. Uma pesquisa da CEA (Consumer Electronics Association), aponta que 30% das pessoas que nunca assistiram conteúdo em 4K estão interessados em comprar uma TV com esta tecnologia.
O número sobe para 70% quando a amostra é de pessoas que já tiveram contato com conteúdo em 4K. "As pessoas dizem que a qualidade de imagem não é tão importante e que o HD já é o suficiente, até assistirem Ultra HD", disse Brian Marwalter, da CEA.
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1. 1 — O Full HD nem sempre é suficiente
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1/13 (David Becker / Getty Images)
Por que investir no 4K? Por que o Full HD nem sempre é suficiente. Um televisor Full HD de 84 polegadas teria apenas 26 pixels por polegada (contra 441 pixels por polegada de um smartphone Galaxy S4, por exemplo). Nesse televisor, cada pixel mediria cerca de 1 milímetro. A menos que o observador ficasse muito longe da tela, a imagem pareceria ruim. Logo, para ter uma tela desse tamanho com imagem impecável, é preciso ir além do Full HD. Isso também acontece com televisores menores quando são vistos de perto.
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2. 2 — O preço dos televisores começa a cair
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2/13 (Divulgação)
Por enquanto, há pouquíssimos televisores Ultra HD e eles ainda têm preços proibitivos. O preço deve cair com o tempo, é claro. Dois modelos foram anunciados no Brasil: o LG 84LM9600 (na foto) é vendido por 45 mil reais; e o Sony Bravia XBR-84X905 custa cerca de 100 mil reais. Ambos têm tela de 84 polegadas. Mas a Sony recentemente apresentou, nos Estados Unidos, dois aparelhos 4K mais baratos: um de 55 polegadas por 5 mil dólares e outro de 65 polegadas por 7 mil dólares. Samsung, Panasonic, Toshiba e Sharp também anunciaram, em outros países, televisores 4K.
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3. 3 — O conteúdo, por enquanto, é escasso
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3/13 (Divulgação)
O conteúdo em 4K para consumo doméstico é quase inexistente. A Sony anunciou uma linha de dez filmes “masterizados em 4K” (“O Espetacular Homem-Aranha”, “Karate Kid”, “O Vingador do Futuro” e outros). Esses filmes são todos em resolução full HD. Segundo a Sony, foram masterizados a partir de originais 4K. Na hora de exibir os filmes, um televisor 4K vai fazer o upscaling para Ultra HD.
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4. 4 — Os filmes virão via internet
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4/13 (Divulgação)
Até onde se sabe, ninguém pensa em lançar um sucessor do Blu-ray com resolução Ultra HD. A tendência é que os filmes 4K sejam baixados via internet. A Sony divulgou que pretende lançar um serviço de venda de filmes 4K por download nos Estados Unidos na próxima Primavera brasileira. A empresa não deu detalhes sobre os títulos que serão oferecidos. Só disse que serão produções da Sony Pictures e de outros estúdios.
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5. 5 — O armazenamento será em disco magnético
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5/13 (Divulgação)
Um filme 4K tem cerca de 100 gigabytes de dados. Esses arquivos enormes exigirão download demorado para a maioria dos consumidores. Os filmes ficarão armazenados num player de vídeo com disco magnético e poderão ser vistos depois de concluída a transferência. A Sony anunciou um player desse tipo nos Estados Unidos neste mês (modelo FMP-X1). Vai custar 699 dólares.
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6. 6 — O streaming exige muita banda
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6/13 (Divulgação)
Naturalmente, para o consumidor, o ideal seria receber os filmes 4K por streaming. Assim, não seria necessário aguardar o download. Mas isso exigiria um acesso à internet muito veloz – como o Google Fiber, de 1 Gbps (foto). A Telefônica demonstrou streaming a 4K no último Mobile World Congress, em Barcelona. E a Ericsson
realizou um demonstração de TV 4K ao vivo na Suíça, em março. Mas ainda não há nenhum serviço comercial de TV Ultra HD ao vivo ou sob demanda.
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7. 7 — A Netflix planeja ter 4K em dois anos
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7/13 (Divulgação)
A Netflix transmite suas imagens em HD (720p), resolução também usada na TV digital aberta. Em algumas áreas, a empresa transmite determinados programas em full HD (1080p, resolução que ela chama de Super HD) para aparelhos compatíveis. A empresa filmou em 4K seu seriado “House of Cards”, mas a resolução foi reduzida para transmissão. Nada impede que, no futuro, ela libere uma versão Ultra HD desse seriado.
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8. 8 — Há diversas variantes de 4K
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8/13 (Divulgação)
A tela 4K tem resolução horizontal em torno de 4 mil pixels. Ela oferece cerca de quatro vezes o número de pixels de uma tela Full HD. Mas a resolução exata pode variar. Em TV, o padrão que vem se firmando é o Ultra HD (3.840 x 2.160 pixels, proporção 16:9; na foto, o televisor UN85S9, da Samsung). Em cinema, há um padrão conhecido como DCI 4K (4.096 × 2.160 pixels, proporção 17:9). Outras variantes são usadas para filmar, editar e armazenar os vídeos mas, em geral, não para exibi-los.
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9. 9 — Câmeras 4K já estão à venda
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9/13 (Divulgação / Canon)
Há um número razoável de câmeras profissionais de cinema e TV capazes de filmar em 4K. Os modelos mais conhecidos custam 20 mil dólares ou mais nos Estados Unidos. Há também máquinas DSLR como a Canon EOS-1D C (na foto), que podem filmar em 4K.
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10. 10 — As telas já chegam a 120 polegadas
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10/13 (Reprodução/Pocket-Lint)
Os primeiros televisores Ultra HD comerciais têm, em geral, tela de até 84 polegadas. Mas a Microsoft produziu um aparelho de
120 polegadas. É o maior do mundo até agora. Ele não está à venda. Trata-se de um modelo experimental instalado num laboratório na sede da empresa em Redmond, no estado americano de Washington.
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11. 11 — Projetor poderá ser opção
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11/13 (Divulgação)
Os benefícios da resolução 4K são maiores em telas de grandes dimensões. Assim, é natural que essa tecnologia seja usada em projetores. Por razões práticas, esses aparelhos vão continuar sendo muito menos usados que os televisores. Mas também serão uma opção no mercado. A Sony já oferece, nos Estados Unidos, o modelo VPL-VW1000ES. Com potência de 2 mil lumens e resolução Ultra HD, ele custa cerca de 25 mil dólares lá.
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12. 12 — No futuro, teremos imagens em 8K
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12/13 (Fernanda Frazão / Viagem e Turismo)
Com o tempo, a transição de full HD para ultra HD parece um caminho natural para os televisores. E, claro, já existe um padrão de resolução ainda maior, o 8K, que oferece 16 vezes mais pixels que o full HD. Está sendo desenvolvido para uso no cinema.
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13. Agora veja a evolução dos relógios inteligentes desde 1975
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13/13 (Antonio De Rosa)