Metaverso: tecnologia já é usada em diversas áreas, inclusive na medicina, com cirurgias sendo feitas com com realidade aumentada (eyesfoto/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2022 às 08h00.
Última atualização em 13 de dezembro de 2022 às 17h51.
Quando se trata de tecnologia, o metaverso é a palavra da vez. Desde que o Facebook alterou seu nome para Meta, em 2021, o termo tem ganhado destaque e chamado a atenção de todos, independente da área de atuação. Mesmo com todo o interesse, muita gente ainda não sabe o que é exatamente essa tecnologia e não faz ideia do quanto ela pode mudar o mundo como é hoje.
Apesar da recente popularidade, o conceito de metaverso é antigo, da década de 90, mas só agora a proposta do mundo virtual encontrou espaço e sistemas propícios para o seu desenvolvimento. A evolução de tecnologias como a Web 3.0, blockchain, criptomoedas, NFTs e realidades aumentada, mista e virtual foi o que tornou possível a expansão do metaverso.
Elas também são os pilares para o potencial do metaverso em fazer parte do dia a dia das pessoas e mudar hábitos de consumo, modelos de trabalho e a interação entre pessoas e coisas. E engana-se quem pensa que essas ferramentas serão usadas apenas daqui anos ou que toda a revolução tecnológica que envolve o metaverso acontecerá em um futuro distante.
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A realidade é que toda essa teoria já está em prática há tempos e vem se desenvolvendo cada vez mais para aplicações e usos reais em atividades diárias. Áreas como a economia, a medicina, a arquitetura e a educação já utilizam as possibilidades da integração entre o mundo físico e o digital.
Mas, vamos por partes. Para você entender toda a potencial revolução tecnológica que está em curso, vamos explicar o que é o metaverso; o que são web 3.0, blockchain e realidades aumentada, mista e virtual; como essas tecnologias são definitivas para o desenvolvimento do metaverso; e, o principal, quais são as aplicações reais que já acontecem hoje em dia.
Antes, é importante ressaltar que esse é um conteúdo introdutório. Se você tiver interesse em entender de forma aprofundada como o metaverso funciona, sugiro o curso gratuito Explorando o Metaverso, que acontece até o dia 23 de agosto. Clique aqui para saber mais.
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Quando falamos em metaverso, já imaginamos avatares caminhando por lugares construídos no mundo digital e a pessoa experimentando todas essas sensações através de seu dispositivo de realidade virtual. Não está errado, mas não é só isso. Vai além.
O conceito pode ser definido como um novo formato de plataforma que serve para criação de aplicativos e ferramentas de interação social. É formado por ambientes virtuais que simulam o mundo real, onde as pessoas são representadas por seus avatares.
Nada mais é do que um mundo alternativo baseado na realidade virtual, realidade mista e realidade aumentada, que os usuários podem acessar através de vários dispositivos e plataformas diferentes. Alguns especialistas dizem que o metaverso é a internet se libertando dos objetos em nossas mãos e nossas mesas.
A internet, ferramenta tão essencial nas nossas vidas hoje, foi criada no final da década de 60 como uma forma de garantir a comunicação entre instituições durante a guerra e evoluiu até a tão falada web 3.0.
Em sua primeira versão, a web 1.0 permitia que os usuários procurassem informações, usassem e-mails e navegassem por páginas estáticas, com o objetivo de conectar pessoas à informação.
Essa versão foi evoluindo até chegar à web 2.0, que passou a conectar pessoas com pessoas, permitindo a criação em blogs e as interações nas redes sociais como o Facebook e o Instagram. Essa etapa democratizou ainda mais a produção de conteúdo e potencializou a conexão entre as pessoas.
E então chegou a web 3.0, que conecta pessoas, lugares e coisas. Uma das grandes diferenças dessa fase da internet para as outras é a construção de uma economia digital, a conexão entre objetos inteligentes e a possibilidade de as pessoas terem propriedades na internet.
Para entender o conceito do blockchain basta imaginar um grande livro em que tudo que é registrado nele não pode ser apagado ou alterado. A tecnologia é um banco de dados compartilhado que registra em blocos transações que ocorrem no meio digital, e elas não podem ser alteradas ou apagadas. Isso cria uma linha do tempo inalterável.
Outra característica essencial do blockchain é a descentralização das operações, acabando com o papel dos intermediários, que, hoje, estão em todos os lugares e permitem a realização de todos os tipos de tarefas digitais. Eles fazem parte do sistema centralizado, uma abordagem usada desde os primórdios da internet, em que há o controle de uma entidade única. O Gmail, por exemplo, ajuda a enviar e-mails, assim como é preciso passar pelo sistema do PicPay para enviar dinheiro.
Apesar de comumente confundidas, as realidades aumentada, mista e virtual não são sinônimos. A forma de vivenciá-las, utilizá-las e seus objetivos são distintos.
A realidade aumentada é a sobreposição de elementos digitais no ambiente físico. Por meio dos gadgets, os artigos virtuais são projetados no mundo físico. O principal ponto que a diferencia das demais é o fato de que o local onde você está não é transformado pela realidade aumentada, mas são adicionados vídeos, fotos e gráficos que o usuário consegue visualizar.
Para experimentá-la, basta instalar aplicativos no smartphone. Os apps captam o mundo real com a câmera e sobrepõe objetos virtuais no mundo real. Ao invés de imergir o usuário em um mundo virtual, esses headsets adicionam objetos virtuais diretamente no mundo físico e que podem ser vistos pelas lentes do seu headset.
A realidade mista é mais imersiva que a realidade aumentada e sobrepõe objetos e elementos digitais no mundo físico, mas com interatividade. É possível visualizar gráficos digitais, interagir com eles, mover linhas, mudar cores e adicionar novos dados.
A realidade virtual é a mais imersiva de todas e consiste na criação de um universo completamente digital. Através do uso de gadgets especiais, a pessoa entra em um mundo completamente novo, onde pode interagir.
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Entender apenas os conceitos de realidade aumentada, mista e virtual pode não ser o suficiente para enxergar as aplicações da tecnologia. No entanto, todas essas possibilidades já são postas em prática em diversos projetos de empresas, pessoas e instituições, e são o motor da construção e do desenvolvimento do metaverso. Confira abaixo alguns exemplos da aplicação prática dos três tipos de realidade:
Lançado em Julho de 2016, o jogo Pokemon Go é um exemplo de aplicação de realidade aumentada. Com o smartphone, o jogador encontra pokémons pelas ruas. No aplicativo, o usuário via exatamente o mundo real, apenas com a adição da figura animada do pokémon, sem alteração do mundo físico.
Lançado em Setembro de 2017, a IKEA desenvolveu um aplicativo com o qual os consumidores poderiam mapear o local onde gostariam de inserir um novo móvel, selecionar qual objeto gostariam de colocar e inserir virtualmente para verificar como seria antes de comprar. Mais um exemplo de realidade aumentada.
A Lowe's Companies Inc., empresa de materiais de construção, ensinou os clientes a colocar azulejos em um chuveiro em um ambiente de realidade virtual totalmente imersivo.
No caso do Windows Mixed Reality, a realidade mista é utilizada para a construção de um projeto de arquitetura. O mundo físico é utilizado como base para inserir elementos digitais interativos e assim testar novas disposições e layouts.
Um dos campos que também tem feito um bom uso da realidade mista é saúde, mais precisamente no campo das cirurgias. Pelo gadget, o profissional consegue acompanhar dados do paciente e ainda ter uma visão ampliada do sistema onde a cirurgia está sendo realizada.