Tecnologia

3 encrencas que Nadella terá que encarar na Microsoft

Satya Nadella assume a presidência-executiva da Microsoft. Para levar a empresa de volta a seus anos de ouro, ele terá que investir em inovações

Satya Nadella (Bloomberg)

Satya Nadella (Bloomberg)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 14h59.

São Paulo - Hoje, Satya Nadella assume como presidente-executivo da Microsoft. O indiano irá substituir Steve Ballmer, que ocupava o cargo desde janeiro 2000.

Com o comando da empresa, Nadella também assume a responsabilidade de superar os problemas enfrentados pela Microsoft nos últimos tempos.

Entre a demora a se adaptar a mercados novos e a produzir produtos inovadores, as ações da empresa caíram 40% entre o momento em que Ballmer assumiu a presidência-executiva e quando divulgou sua aposentadoria, em agosto de 2013.

Veja abaixo quais são as encrencas que Nadella terá de resolver para levar a Microsoft de volta a seus anos de ouro.

Mobile

Computação não está mais confinada a PCs. A Microsoft tem sérias dificuldades para ter êxito em uma plataforma que não seja a do mundo dos desktops. 

No final de 2013, a fatia de mercado controlada pela venda de aparelhos com Windows Phone foi de 2%. O número é muito inferior às porções de Android e iPhone - 74,9% e 14,4% respectivamente. Ainda assim, a Microsoft ocupa o terceiro lugar na lista de market share de smartphones.

A empresa vem buscando maneiras de melhorar seu desempenho nesse mercado. Em 2011, fechou uma parceria com a finlandesa Nokia, tornando o Windows Phone o sistema principal no lugar do Symbian para os aparelhos da marca finlandesa.

Ao longo dos meses, a Nokia lançou diversos aparelhos. Com produtos mais caros do que os concorrentes que rodam Android, não foi possível conquistar uma fatia grande do mercado. Para se ter uma ideia, o preço médio de um aparelho que roda o Windows é 20 dólares maior do que aqueles que usam o sistema operacional do Google. 

Em setembro de 2013, a Microsoft anunciou que havia fechado um contrato para adquirir a divisão de telefonia da Nokia. Depois da aquisição pela Microsoft, boatos indicam que um smartphone Nokia rodando Android deve ser lançado em breve.


Centralização do Windows

De acordo com um engenheiro da Microsoft, “qualquer coisinha que você quiser criar tem que ser adaptada para o Windows ou outro produto que já exista”.

Mesmo com o Windows sendo responsável por cerca de 20% do faturamento da Microsoft, existe uma centralização desnecessária no produto. Fato que atrasou o processo para que a empresa começasse a atuar em tecnologias móveis, por exemplo. 

Um dos últimos exemplos de inovação bem sucedida da Microsoft é o videogame Xbox. Ele e o Kinect, seu sensor de movimento, foram desenvolvidos sem relação com o sistema e alcançaram bastante sucesso.

A próxima grande coisa

A investida da Microsoft dentro do mercado de tablets mostra como eles não puderam ver para qual direção a tecnologia pessoal caminhou nos últimos anos.

O nicho de tablets atual foi criado após o lançamento do iPad pela Apple em 2010. A Microsoft só entrou na competição ao lançar um tablet próprio, em outubro de 2012.

Para a surpresa da empresa, o lançamento foi um fracasso. Os Microsoft Surface RT ficaram encalhados em lojas. O prejuízo total para a empresa foi de quase um bilhão de dólares.

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