São Paulo - A web está completando 25 anos em 2014. Criada num laboratório em Genebra, a rede que mudou a internet conquistou o mundo. Seus sites fazem parte da vida de bilhões de pessoas. Ao longo de sua história, a web passou por bons e maus momentos - que foram decisivos para transformá-la no que ela é hoje. A seguir, veja alguns deles.
Com base em sua proposta, Lee põe no ar o primeiro site: http://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html. Na página, constam informações sobre sua pesquisa e até um guia que explica como procurar um dado na web, que até então reunia apenas informações sobre as pesquisas do CERN. No computador que mantinha o site no ar, constava o aviso: "Essa máquina é um servidor. NÃO DESLIGUE!!"
No início, só era possível acessar a web por meio do WorldWideWeb, navegador criado por Tim Berners-Lee dois anos antes e que era compatível apenas com o sistema operacional do seu computador. Em 1992, foi criado o line-mode browser, navegador que permitia a qualquer computador ter acesso à rede. No mesmo ano, Lee publicou a primeira foto da web, que mostrava um grupo de cantoras que trabalhavam no CERN.
Em 1993, o CERN decide colocar em domínio público o conjunto de regras para internet que era a web. A decisão termina se mostrando essencial para a popularização da rede. No mesmo ano, o NCSA (núcleo de informática ligado à Universidade do Illinois) lança o Mosaic, primeiro navegador com interface gráfica acessível. Com o sucesso da ferramenta, jornais como The New York Times começaram a dar atenção à web, que tornava a internet algo mais amigável para leigos.
No ano em que o presidente Bill Clinton criou seu próprio website, a rede pizzarias Pizza Hut deu início ao comércio online com a venda de uma pizza de pepperoni por meio do site pizzanet. Em 1994, a web também ganhou seu primeiro portal (Yahoo!), propaganda (um banner da AT&T) e spam (e-mail de advogados que prometiam regularizar a situação de imigrantes ilegais). Enfim, a rede começava a ser pop.
Cada vez mais, novos serviços se integram à web. Livrarias como a Amazon e espaços para venda de usados como o E-bay pipocam na rede. Em agosto, a Microsoft lança com o Windows 95 o navegador Internet Explorer e a Netscape começa a vender suas ações na bolsa, dando origem ao boom da internet. O carro-chefe da Netscape é o navegador Netscape Navigator.
Você pode não acreditar, mas o gadget da foto é o primeiro celular conectado à web. Além do lançamento do Nokia 9000, 1996 foi marcado pelo surgimento do Hotmail, primeiro serviço de email online. O nome brincava com a sigla HTML, que denomina a linguagem usada na web. Também data daquele ano um dos primeiros virais da rede, que mostra uma animação 3D na qual um bebê de fralda dança num fundo preto.
Na matemática, o número 10.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 se chama Googol. O nome inspirou Sergey Brin e Larry Page na hora de registrarem o buscador de conteúdo online que criaram em 1997. Além do Google, naquele ano o Netflix surgiu como locadora online de DVDs e o termo weblog (ou blog) foi usado pela 1ª vez.
Em 1998, foi criado o ICANN (sigla em inglês para Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números), órgão responsável desde então pela distibribuição dos endereços usados na internet para identificação de usuários. No mesmo ano, a América Online ultrapassou a marca dos 15 milhões de membros e o dicionário Oxford incorporou o termo "spam".
Sabe qual era o assunto mais popular nos sites de notícia da web em 1999? O tempo. Além de querer saber se ia chover ou não, os usuários conheceram naquele ano o Napster. O serviço de download de MP3 fez sucesso na época, mas acabou banido em 2001 por violar as leis de copyright. A web começava a render grandes negócios, como a compra do GeoCities por 3,6 bilhões pelo Yahoo!
Em 2000, os negócios ligados à web sofrem um baque com a explosão da chamada Bolha da Internet. Basicamente, o fenômeno consistiu numa grande crise que surpreendeu várias empresas que ofereciam serviços na rede e, por conta disso, obtinham enormes quantias junto a investidores. Sem darem lucro, muitas delas quebraram. Entretanto, negócios como a compra da Time Warner pela AOL por 165 bilhões de dólares foram fechados em 2000.
Em 15 de janeiro de 2001, Jimmy Wales e Larry Sanger puseram no ar a Wikipedia, pensada para ser uma enciclopédia online. No primeiro ano do site, mais de 20 mil artigos foram escritos pelos usuários. Entretanto, uma pesquisa feita à época mostrou que apenas 3% dos internautas tomaram conhecimento do ataque às torres gêmas pela rede. Isso mostra que ainda não éramos tão conectados.
Um dos primeiros sites a reunir 1 milhão de membros, o Friendster entrou no ar em 2002. Criado pelo programador canadense Jonathan Abrams, o site se propunha a ser uma rede social, reunindo via web usuários de diversas partes do mundo. Outra novidade lançada em 2002 foi o Xbox Live, serviço criado pela Microsoft que permitia que jogadores de video-game se enfrentassem por meio da internet.
A Apple já havia lançado o iPod havia dois anos quando colocou no ar a iTunes, sua loja para vendas de música online. Com 200 mil canções à venda por 99 centavos de dólar por faixa, a novidade bateu a marca de 1 milhão de arquivos vendidos na primeira semana. O ano ainda teve espaço para outras novidades, como os sites LinkedIn, MySpace e WordPress e o Skype, um serviço de chamadas de voz via internet. Aos poucos, uma nova rede surgia.
Uma das melhores universidades do mundo, Harvard abrigou em 2004 o começo de um dos maiores fenômenos da história recente da web. Foi lá que Mark Zuckerberg e companhia criaram naquele ano thefacebook.com, rede social que reuniu mais de 1.000 universitários em menos de um dia. Em poucos anos, o Facebook se tornaria uma das maiores redes sociais do mundo e um dos personagens mais importantes no cenário mundial da web.
Você já viu o primeiro vídeo publicado no YouTube? Gravado num zoológico, o filme é protagonizado por Jawed Karim, um dos fundadores do site. Nos 19 segundos da gravação, ele explica que elefantes são legais porque têm trombas grandes. Quem visse aquilo em 2005, quando o site foi lançado, jamais imaginaria que o YouTube se tornaria uma das grandes potências da web. Mas foi exatamente isso o que aconteceu.
"O rei das buscas e o rei dos vídeos se uniram". Foi assim que os fundadores do YouTube anunciaram num vídeo gravado num estacionamento a compra do site pelo Google. O negócio foi fechado em 2006 por cerca de 1,7 bilhão de dólares. No mesmo ano, Jack Dorsey criava o Twitter, serviço para o compartilhamento de mensagens de até 140 caracteres que marcaria época na web.
Inicialmente anunciado como um iPod de tela grande, o iPhone mostraria ser bem mais que isso. O smartphone topo de linha lançado pela Apple em 2007 marcaria o início de uma grande mudança na relação dos usuários com a web. Se antes a rede estava na tela dos computadores, agora ela chegava com força total aos celulares - tornando-se mais dinâmica e acessível.
A web ganhou novos parâmetros em 2008, quando foi lançado o HTML5. A nova linguagem visava permitir aos usuários da rede uma maior interatividade, ao oferecer um melhor suporte para exibição de vídeos e outros recursos. Com o HTML 5, tornou-se possível pôr em prática os princípios da web 2.0. O termo é usado por especialistas para se referir a sites que vão além do formato estático usado nos primeiros anos da rede.
De acordo com o dicionário americano Merriam-Webster, um meme é uma ideia, comportamento, estilo ou costume que se espalha de pessoa para pessoa dentro de uma cultura. Uma das principais tendências da rede hoje, os memes começaram a ganhar força em 2009. Naquele ano, surgiram fenômenos como a cantora Susan Boyle e outros que, com a ajuda da rede, viralizaram mundo afora.
Com a internet migrando dos computadores para os celulares, os sites deram lugar aos apps nos papéis de protagonistas da web. Um exemplo disso é o Instagram, criado por Kevin Systrom e Mike Krieger em 2010. Em menos de dois anos, a ferramenta já era usada por mais de 100 milhões de pessoas. Ainda em 2010, o vazamento de dados diplomáticos dos EUA por meio do site Wikileaks causou uma grande polêmica.
Os smartphones fizeram com que a web coubesse no bolso de seus usuários. Assim, a rede foi ganhando aos poucos funções inesperadas, como a de importante ferramenta política, por exemplo. Em 2011, isso se tornou notório no Egito, quando a web foi usada por manifestantes para mobilizações em favor de uma mudança nos rumos políticos do país. De lá para cá, Ucrânia, Venezuela e até o Brasil foram palcos de eventos parecidos.
Se fosse um país, o Facebook teria população um pouco menor que a da China. Enquanto o país de verdade conta com 1,3 bilhão de habitantes, a rede social bateu a marca de 1 bilhão de usuários ativos em 2012. No mesmo ano, a empresa de Zuckerberg comprou o Instagram por 1 bilhão de dólares e fez sua oferta pública de ações na Nasdaq, a bolsa de valores de empresas eletrônicas de Nova York.
Se três anos antes o escândalo Wikileaks já havia misturado diplomacia e internet, isso se intensificou ainda mais em 2013. Tudo por conta de Edward Snowden, ex-funcionário do governo americano que usou a rede para repassar para diversos veículos da imprensa informações relativas à espionagem feita pelos EUA. Mais uma vez, a web estremeceu a relação entre países e mostrou o seu poder crescente no contexto internacional.
Até o momento, a grande notícia da web em 2014 foi a compra por 19 bilhões de dólares pelo Facebook da empresa responsável pelo aplicativo WhatsApp. Voltado para troca gratuita de mensagens entre seus usuários, o app é uma das grandes febres da rede hoje. Negócios do tipo confirmam a tendência de uma web cada vez mais valiosa e com presença forte em gadgets como tablets e smartphones. E com um promissor futuro pela frente.
26. Agora veja para onde vão a web e a internetzoom_out_map