Jeff Bezos: "você não escolhe as suas paixões – suas paixões escolhem você" (Andrew Harrer/Bloomberg)
Tamires Vitorio
Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 08h50.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2021 às 09h02.
"Eu trabalho com os companheiros de equipe mais inteligentes, talentosos e engenhosos. Nos tempos de fartura, vocês foram humildes. Quando tivemos momentos difíceis, vocês foram fortes e solidários, e fizemos um ao outro rir", escreveu o bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon, ao deixar o cargo de CEO que ocupou por quase 27 anos longos – desde a fundação da empresa como um site de venda de livros.
A notícia da saída de Bezos como CEO da companhia chegou na tarde desta terça-feira, 3, mesmo dia em que o balanço da empresa – positivo – foi divulgado. No quarto trimestre de 2020, a Amazon dobrou seu lucro em relação ao mesmo período de 2019, com 7,2 bilhões de dólares ante 3,3 bilhões de dólares dois anos atrás. A receita fechou em alta de 44%, a 125,6 bilhões de dólares, além de um faturamento recorde de 386,1 bilhões de dólares.
Para Bezos, os números representam uma constante da companhia: invenção. "A invenção é a raiz do nosso sucesso. Fizemos coisas malucas juntos e depois os tornamos normais. Fomos pioneiros em reviews de consumidores, em compras com 1-Clique, recomendações personalizadas, remessa incrivelmente rápida do plano Prime, compras no modelo Just Walk Out, compromissos climáticos, Kindle, Alexa, marketplace, infraestrutura de computação em nuvem, escolhas de carreira e muito mais. Se você acerta, alguns anos depois de uma invenção surpreendente, a nova coisa se torna o padrão. As pessoas bocejam. E esse bocejo é o maior elogio que um inventor pode receber", disse ele em uma carta publicada na tarde desta terça.
Bezos, que em 1994, ao lado de sua ex-esposa Mackenzie Scott, criou uma empresa de venda de livros online, com um investimento próprio inicial de 10 mil dólares, foi se tornando cada vez mais importante no setor do comércio eletrônico e da tecnologia. À época, sua ideia era "vender de tudo" – o que conseguiu concretizar poucos anos depois. Atualmente, a empresa comercializa de aparelhos eletrônicos a roupas, mas sem se esquecer do produto inicial.
Em seus 27 anos liderando a Amazon, Bezos também acumulou riquezas. Até o ano passado, era considerado o homem mais rico do mundo – tendo ultrapasso Bill Gates, da Microsoft, que liderou a lista da Bloomberg por 24 anos. Em fevereiro de 2020, tinha uma fortuna estimada em 131,2 bilhões de dólares. Agora, em 2021, sua fortuna é de 197 bilhões de dólares – pouco menos do que o primeiro colocado, Elon Musk, com 208 bilhões de dólares.
Bezos não saiu do cargo de CEO para deixar a Amazon totalmente. Agora, parte para a função de presidente do conselho executivo e afirma que irá "concentrar suas energias e atenção em novos produtos e novas iniciativas". O empresário, que iniciou sua carreira em Wall Street, sente que ainda tem muito a acrescentar para a companhia que fundou.