Projeto é patrocinado pela Fundação Bill e Melinda Gates (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2011 às 20h29.
São Paulo- Vacina patrocinada pela fundação Bill e Melinda Gates se mostrou até 56% eficaz na proteção de crianças contra a malária.
Os primeiros resultados do Estudo Clínico de Fase III da vacina RTS,S* mostram que ela reduz consideravelmente o contágio em entre 5 e 17 meses.
A vacina está sendo desenvolvida pela GSK e pela PATH em parceria com centros de pesquisa africanos. A Fundação Bill e Melinda Gates, criada por Bill Gates, já doou mais de US$200 milhões ao projeto.
A RTS,S* é um nome fictício para a vacina desenvolvida pela GSK Biologicals na Bélgica no final da década de 1980. Ela é baseada em uma proteína identificada no laboratório dos Drs. Ruth e Victor Nussenzweig, na Universidade de Nova York.
Ela é vista como promissora no combate à Malária, doença que mata 800 mil pessoas todos os anos, a maioria delas, crianças com menos de 5 anos na África Subsaariana. A vacina age contra a malária clínica e severa, despertando o sistema de defesa do organismo contra o parasita, o Plasmodium falciparum. Ela previne que ele infecte, amadureça e se multiplique no fígado e que entre novamente na corrente sanguínea, atacando as hemácias.
Os testes com a vacina foram realizados em 11 centros de sete países africanos. Os resultados mostraram que três doses de RTS,S reduzem o risco de crianças contraírem malária clínica em 56% e malária severa em 47%. Os dados correspondem a 6.000 bebês, com idades entre 5 meses e 1 ano e meio, observadas durante um ano após a vacinação.
Estudos ainda em andamento pretendem testar a eficácia da vacina em bebês entre 6 e 12 semanas de idade. Os resultados devem sair em 2012 mas, por enquanto, já se mostram promissores. Quando combinadas as análises de 15460 bebês de 6 semanas a 1 ano e meio, a vacina se mostrou 35% eficaz.
Como a RTS ainda está em desenvolvimento, é preciso aguardar os dados sobre os efeitos a longo prazo, 30 meses após a terceira dose. Os dados iniciais da Fase III forma publicados no New England Journal of Medicine (NEJN).